Fatores de risco para lesÃes intra-epiteliais cervicais, freqÃÃncia e tipos de PapilomavÃrus Humano (HPV) em gestantes infectadas pelo vÃrus na imunodeficiÃncia humana (HIV)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A infecÃÃo genital pelo PapilomavÃrus Humano (HPV) à uma das doenÃas sexualmente transmissÃveis (DST) mais freqÃentes e o principal fator etiolÃgico do cÃncer cervical. Capaz de desenvolver LesÃes Intra-epiteliais Cervicais (LIE), precursoras do cÃncer cervical, o HPV à mais diagnosticado em mulheres portadoras do VÃrus da ImunodeficiÃncia Humana (HIV). O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de tÃcnicas de biologia molecular, a freqÃÃncia da infecÃÃo pelo HPV, em mulheres imunodeprimidas, gestantes e nÃo-gestantes HIV-positivas. O mÃtodo consistiu em estudo, de carÃter analÃtico, de um total de 147 mulheres, sendo 51 gestantes HIV-soropositivas, 51 mulheres HIV-positivas nÃo-gestantes e 45 mulheres gestantes HIV-negativas, todas atendidas em maternidade pÃblica de referÃncia para acompanhamento de pacientes infectadas pelo HIV/AIDS e recrutadas entre abril de 2006 e maio de 2007. Elas responderam a questionÃrio estruturado e submeteram-se a coleta endocervical para pesquisa de HPV por mÃtodos moleculares (PCR e CH II) e mÃtodos morfolÃgicos (citologia e colposcopia com biÃpsia dirigida, quando necessÃria). As pacientes soropositivas tiveram registradas carga viral e contagem de cÃlulas TCD4, mediante consultas aos respectivos prontuÃrios. Dentre os resultados obtidos, vale ressaltar os seguintes: o DNA-HPV foi detectado em 122 mulheres (85,3%) de um total de 143, com elevada proporÃÃo de tipos de alto risco para cÃncer; no grupo das gestantes HIV-positivas, a prevalÃncia alcanÃou 96,0 % (48/50), sendo 68,8% de alto risco (33/48 casos); os HPV-16, 58, 18, 66 e 31 foram os mais freqÃentes; a concordÃncia dos mÃtodos moleculares (PCR e CH II) foi fraca (Kappa=0,119, p=0,031); as alteraÃÃes colpocitolÃgicas foram identificadas em 18 nÃo-gestantes HIV-positivas (35,3%), em 11 gestantes soropositivas (21,6%), com predomÃnio de lesÃes de baixo grau; as chances de LIE estÃo associadas a tabagismo (OR=2,78 IC95% 1,14-6,77), outras drogas fumadas (OR=2,96 IC95% 1,09-8,05) e nÃveis de CD4 ≤ 200 cÃlulas/mmÂ, no grupo de mulheres HIV-positivas; no grupo de gestantes, tabagismo (OR=3,70 IC95% 1,25-10,9), outras drogas fumadas (OR=4,24 IC95% 1,26-14,2), baixa renda familiar (OR=3,36 IC95% 1,11-10,2) e nÃmero de parceiros sexuais (OR=3,10 IC95% 0,87-10,9). Entre as gestantes HIV positivas a infecÃÃo por Chlmydia trachomatis foi 4 vezes mais freqÃente (17,6%). O estudo permitiu concluir que a alta prevalÃncia de infecÃÃo pelo HPV, especialmente pelos tipos de alto risco 16, 58, 18 e 66, identificados, por vezes, em infecÃÃes mÃltiplas, destaca essa populaÃÃo como de risco elevado para cÃncer cervical. Os resultados demonstram caracterÃsticas particulares da infecÃÃo pelo HPV, em mulheres HIV- positivas da regiÃo Nordeste do Brasil e apontam para a necessidade de avaliaÃÃo ginecolÃgica e de colpocitologia oncÃtica periÃdica, visando à detecÃÃo precoce das neoplasias cervicais

ASSUNTO(S)

papilomavÃrus humano human papillomavirus human immunodeficiency virus doenÃa sexualmente transmissÃvel medicina vÃrus da imunodeficiÃncia humana lesÃes intra-epiteliais escamosas pregnant sexually transmitted disease gestante squamous intraepithelial lesion

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