Fenda de labio e (ou) palato e fonoaudiologia : aspectos de saude sob a visão da familia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

INTRODUÇÃO: Fendas de lábio e(ou) palato apresentam alta prevalência e grande complexidade, gerando implicações na alimentação do neonato e, posteriormente, nos aspectos comunicativos e psicossociais. Por estas razões é necessária a assistência por equipe multiprofissional. Nesta equipe, o fonoaudiólogo tem a função de prevenir, tratar e(ou) minimizar os problemas alimentares e comunicativos do indivíduo afetado. OBJETIVO: Caracterizar a assistência fonoaudiológica aos indivíduos portadores de fenda labial e (ou) palatina de uma amostra de pacientes no Ambulatório de Dismorfologia Craniofacial do Hospital de Clínicas-UNICAMP; caracterizar as orientações alimentares recebidas pelos pais das crianças afetadas no período neonatal. MÉTODO: Os dados foram coletados por meio de entrevista, dirigida por uma única pesquisadora, com pelo menos um dos pais ou responsável legal. Foi utilizado um roteiro, previamente estabelecido, contendo 35 questões. Foram entrevistados 26 pais e (ou) responsáveis por crianças com fenda de lábio e(ou) palato. RESULTADOS: O atendimento fonoaudiológico foi prestado a 84,61% (22-26), sendo, a maioria, realizado em centros específicos de tratamento a indivíduos portadores de fenda labiopalatal. O atendimento referido foi orientação sobre alimentação e desenvolvimento de fala e linguagem. A terapia fonoaudiológica foi realizada em 50% (13/26), sendo que 53,84% (7/13) a interromperam por problemas geoeconômicos. Quanto à atenção neonatal, as orientações alimentares foram fornecidas ainda na maternidade para 73,08% (19/26) das famílias. Entretanto, isto não garantiu o ganho efetivo de peso para 84,62% (22/26) das crianças, levando ao atraso da correção cirúrgica em 66,7% (12/18) dos indivíduos. CONCLUSÃO: A assistência fonoaudiológica, tanto preventiva quanto terapêutica foi precoce, porém não periódica. Mesmo realizada em centros específicos de tratamento, isso não garantiu facilidade de acesso, adesão ao tratamento e (ou) manutenção do mesmo. Quanto à atenção neonatal, as orientações alimentares não foram fornecidas na totalidade dos casos. Quando realizadas, foram feitas de maneira aparentemente adequada. Entretanto, esta prática, por si só, não garantiu a eficácia do ganho de peso, o que consequentemente atrasou as cirurgias corretivas. De modo geral, embora a amostra residisse numa região privilegiada, com maior oferta de serviço, foram detectados problemas tanto de acesso quanto de atenção primária. Tendo em vista estes aspectos e a alta prevalência deste defeito congênito, sugere-se a adoção de medidas para melhorar o atendimento primário destes indivíduos, incluindo programa específico no Sistema Único de Saúde. Neste contexto, elaborou-se um texto referente aos recursos alimentares para o lactente com fenda de lábio e(ou) palato, o qual pretende ser útil no seguimento ambulatorial dos afetados

ASSUNTO(S)

fenda palatina fenda labial saude publica

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