Fibromialgia : correlação clinica, laboratorial e eletromiografica
AUTOR(ES)
Jose Roberto Provenza
DATA DE PUBLICAÇÃO
1991
RESUMO
Desde as primeiras descrições da fibromialgia por GOWERS e STOCKMAN (1904) quando acreditavam na existência de processos inflamatórios exudativos nas fibras musculares, e os trabalhos de OSLER (1909) e HENCH (1936) que contrariavam estes achados, esta enfermidade vem até a atualidade sem uma compreensão clínica e fisiopatogênica definida. Não obstante a estas dificuldades, foram estudados 50 pacientes que apresentavam o diagnóstico clínico de fibromialgia, segundo os critérios de YUNUS et alii (1981), com os seguintes objetivos: 1- verificar a freqüência dos diversos sintomas clínicos neste grupo, comparando-os com o da literatura. 2-verificar a presença de sintomas depressivos no momento do exame clínico, através do questionário para a depressão de Beck. 3- verificar através dos exames laboratoriais (hemograma, hemossedimentação, glicema, fator reumatóide - prova do látex, fator anti-nuclear, eletroforese de proteínas sérica, transaminases (oxalacética e pirúvica) , creatino-fosfoquinase e desidrogenase lática) , a existência ou não de enfermidades concomitantes ou sinais de agressão inflamatória muscular. 4. verificar, através da eletromiografia, a existência ou não de sinais de denervação aguda ou crônica e/ou sinais de um processo miopático ou miosítico. Neste grupo houve um predomínio do sexo feminino (90%), faixa etária 30 a 60 anos (80%), cor branca (80%) e o tempo da doença - 093 - de até 90 meses (78%), estas freqüências estavam de acordo com a literatura. Todos os sintomas gerais, como aqueles agravados pela: atividade física, alteração do clima, ansiedade/estresse alteração do sono, fadiga, cefaléia crônica, síndrome do cólon irritável, turgor e dormência nas extremidades, encontravam-se com uma freqüência elevada se assemelhando aos da literatura, exceto os sintomas referentes ao cólon irritável encontrado somente em 4% dos pacientes. . A média de pontos doloridos (9,4 +/- 3,1 pontos) e a freqüência de acometimento das diversas regiões, estavam de acordo com a literatura, com um predomínio para as regiões lombar, cervical e ombros. Os sintomas depressivos, detectados em 50% dos pacientes, não foram suficientes para determinar uma maior sensibilidade dolorida e maior freqüência dos sintomas clínicos gerais. Os exames laboratoriais estavam normais, sem qualquer alteração que pudesse sugerir um envolvimento muscular inflamatório ou auto imune. A eletromiografia não demonstrou alterações elétricas como denervação, alterações miopáticas ou miosíticas, mas em 56~4% dos pacientes foi observado uma grande dificuldade para o relaxamento muscular, o que em parte dificulta a interpretação dos laudos da eletromiografia que sera objeto de estudos posteriores
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000033292Documentos Relacionados
- Esclerose multipla : correlação clinica, liquido cefalorraquiano e neuroimagem
- Análise clínica, cirúrgica e laboratorial de pacientes com conjuntivocálase
- Avaliação clínica, laboratorial e radiográfica de brasileiros com espondiloartropatias
- Avaliação clínica, radiográfica e laboratorial de pacientes com osteogênese imperfeita
- Onicomicoses por fungos emergentes: análise clínica, diagnóstico laboratorial e revisão