Forest dynamics in lowland and coastal seasonally flooded Atlantic forest at Serra do Mar State Park, Brazil / Dinâmica da comunidade arbórea de floresta ombrófila densa de terras baixas e de restinga no Parque Estadual da Serra do Mar, SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

As florestas tropicais exibem elevada biodiversidade e desempenham um importante papel no ciclo global do carbono. Porém, essas florestas têm sido impactadas aceleradamente nos últimos anos. No Brasil, a floresta tropical Atlântica está restrita a aproximadamente 7 % de sua extensão original e seus remanescentes ainda sofrem ameaças. Com isso, informações sobre a dinâmica da vegetação desse bioma são importantes para entender o funcionamento desse ecossistema e servem de subsídio para auxiliar em sua conservação e restauração. No presente estudo, os principais processos que regem a dinâmica de uma floresta (mortalidade, recrutamento e crescimento) foram estimados em duas fisionomias distintas da floresta tropical Atlântica. Além disso, a variação líquida da biomassa acima do solo (BAS) também foi estimada. Para o presente estudo foram utilizadas cinco (5) parcelas permanentes de um (1) hectare inseridas no projeto temático Gradiente Funcional, sendo: quatro (4) na floresta de Terras Baixas e uma (1) na floresta de Restinga. Os inventários foram realizados no momento da implantação das parcelas permanentes (2006) e após dois (2) anos. Os resultados obtidos demonstraram que a Restinga (1635 ind.ha-1) possui maior densidade total de indivíduos vivos com o DAP >OU=4,8 cm que a Terras Baixas (1221 ind.ha-1). O estoque de biomassa acima do solo (BAS) foi maior na Terras Baixas (212,3 Mg.ha-1) que na Restinga (166,3 Mg.ha-1) (DAP >OU=4,8 cm). A distribuição dos indivíduos nas classes de diâmetro influenciou essas diferenças estruturais: a Restinga possui maior densidade total de indivíduos na menor classe de diâmetro e a floresta de Terras Baixas possui maior densidade de indivíduos na maior classe. Tal fato também impactou a distribuição do estoque de BAS nas classes de diâmetro: a floresta de Restinga estoca mais biomassa na classe de 10-30 cm e a floresta de Terras Baixas na maior classe de DAP, >OU=50 cm. A mediana da taxa de incremento diamétrico da comunidade arbórea não diferiu entre os dois tipos de floresta, sendo igual a 1,0 mm.ano-1 na Restinga e 0,8 mm.ano-1 na Terras Baixas (DAP >OU=4,8 cm). Diferenças na taxa de incremento diamétrico com relação às formas de vida (árvores e palmeiras) foram observadas. A taxa de incremento diamétrico das árvores apresentou relação positiva com o aumento das classes de DAP e o índice de iluminação de copa. O mesmo padrão não foi observado para as palmeiras. A taxa de mortalidade da comunidade arbórea foi semelhante entre os dois tipos de floresta, sendo igual a 2,46 % na Restinga e 2,00 % na Terras Baixas (DAP >OU=4,8 cm). A taxa de recrutamento também foi semelhante entre as florestas, sendo igual a 1,42 % na Restinga e 1,36 % na floresta de Terras Baixas. A variação líquida da BAS foi maior nas Terras baixas (0,64 Mg.ha-1.ano-1) que na Restinga (0,32 Mg.ha-1.ano-1). Por fim, a floresta tropical Atlântica apresenta maior densidade de indivíduos vivos, menor estoque de BAS, menor taxa de incremento e reposição quando comparada com outras florestas tropicais, possivelmente devido à distribuição da precipitação ao longo do ano

ASSUNTO(S)

tropical atlantic forest variação líquida da biomassa viva acima do solo dinâmica florestal forest dynamic aboveground biomass net change floresta tropical atlântica

Documentos Relacionados