Formas de autonomia da ciência
AUTOR(ES)
Oliveira, Marcos Barbosa de
FONTE
Scientiae Studia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Na primeira parte deste ensaio, distinguimos três formas que a autonomia da ciência assume ao longo de sua história: a galileana, a vannevariana e a neoliberal. A galileana foi reivindicada por Galileu em seu conflito com a Igreja Católica. O termo "vannevariana" vem de Vannevar Bush, responsável pelo relatório Science, the endless frontier, que teve um papel fundamental na conformação das práticas científicas no período pós Segunda Guerra. A autonomia vannevariana diz respeito aos rumos da pesquisa científica. A autonomia neoliberal consiste na liberdade de cada cientista procurar financiamento para as pesquisas que deseja realizar em qualquer fonte, pública ou privada, tendo em vista apenas seu auto-interesse (intelectual e/ou econômico). Na segunda parte do ensaio, utilizamos o arcabouço conceitual e histórico proporcionado por essas distinções para discutir a questão: que forma de autonomia deve ser reivindicada pela ciência nos dias de hoje? O procedimento consiste em determinar, para cada uma das três formas, o que deve ser mantido e o que deve ser abandonado. A conclusão a que se chega é a de que a autonomia neoliberal deve ser descartada, a vannevariana restringida, e a galileana preservada.
ASSUNTO(S)
autonomia da ciência galileu serendipidade neoliberalismo mercantilização inovação responsabilidade social da ciência Éthos científico merton conflito de interesses
Documentos Relacionados
- O princípio de precaução e a autonomia da ciência
- A autonomia de uma ciência bona fide
- A águia e os estorninhos: Galileu e a autonomia da ciência
- Do controle estatal às formas de responsabilização: a autonomia do professor coordenador
- Biologia, ciência única: reflexões sobre a autonomia de uma disciplina científica