Frequencia de alterações da função tireoideana, anticorpos antitireoide e tireomegalia em paciente com sindrome de Turner na faixa etaria de ate 20 anos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

A síndrome de Tumer (ST), aberração dos cromos somos sexuais determinada pela monossomia total ou parcial do cromos somo X, caracteriza-se clinicamente por baixa estatura, hipogonadismo primário, e diversos sinais dismórficos e malformações. Está associada, ainda, a uma maior freqüência de patologias adquiridas, dentre elas a tireoidite auto-imune (T AI). A associação entre ST e T AI foi descrita por vários autores a partir de 1948, e a primeira descrição em criança foi publicada em 1964. Apesar disso, são poucos os trabalhos que procuram estimar a prevalência na faixa etária pediátrica, e seus resultados são divergentes. A patologia tireoideana nas pacientes com ST parece apresentar-se de maneira diferente da população normal, com baixa freqüência de bócio e sinais e sintomas pouco evidentes, o que dificulta o diagnóstico clínico. Alguns trabalhos sugerem, ainda, que seja mais freqüente nas portadoras de isocromossomo X. Nosso estudo teve como objetivo verificar a freqüência de doença tireoideana auto-im~e entre as pacientes com ST na faixa etária pediátrica, e pesquisar sua associação com as alterações citogenéticas. A amostra foi composta por 71 pacientes de O a 20 anos com diagnóstico citogenético de ST. A avaliação tireoideana compreendeu dosagens hormonais (hormônio estimulador da tireoíde ultra-sensível, tiroxina livre e total) e anticorpos antitireoideanos (antitireoperoxidase e antitireoglobulina), e foi verificada a presença ou não de tireomegalia. Dentre essas pacientes, 11 (15,5%) apresentavam hipotireoidismo, 17 (23,9%) tinham anticorpos positivos e 24 (33,8%) apresentavam tireomegalia. Não houve associação entre o tipo de alteração citogenética e distúrbios tireoideanos. Não foram encontradas patologias tireoideanas (tireomega1i~ hipotireoidismo ou anticorpos positivos) nessas pacientes antes dos 4 anos de idade; por outro lado, a freqüência foi máxima a partir dos 16 anos (hipotireoidismo: 29%; anticorpos positivos: 48%; tireomegalia: 48%). Além disso, a média de idade das pacientes com hipotireoidismo, anticorpos positivos e tireomegalia foi significativamente maior que a das pacientes sem estas alterações. A baixa freqüência de tireomegalia entre as pacientes com ST e hipotireoidismo sugeriu, ainda, que a forma atrófica da TAl seja, de fato, a mais comum. Esses achados, associados ao quadro clínico pouco evidente, reforçam a necessidade de se avaliar anualmente a função tireoid~ana e a presença de anticorpos em pacientes com síndrome de Tumer a partir dos 4 anos de idade, com intervalos menores a partir da adolescência

ASSUNTO(S)

turner bocio sindrome de

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