Gestantes dependentes de crack em uma unidade de internação psiquiátrica

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

OBJETIVO: Caracterizar uma amostra de 85 gestantes dependentes de crack admitidas para desintoxicação numa unidade de internação psiquiátrica. MÉTODO: Foram avaliadas, de forma transversal, variáveis sociodemográficas, clínico-obstétricas e informações sobre o seu estilo de vida. RESULTADOS: A idade de início de uso do crack variou dos 11 aos 35 anos (mediana = 21). Aproximadamente, 25% das pacientes fumavam mais de 20 pedras de crack em um dia típico de uso (mediana = 10; mín-máx = 1-100). Além do crack, as drogas mais utilizadas eram: tabaco (76; 89,4%), álcool (54; 63,5%) e maconha (44; 51,8%). Roubo foi relatado por 41,2% (32 pacientes), prisão por 24,7% (21), troca de sexo por dinheiro/drogas por 44,7% (38) e abandono do lar por 38,8% (33); 15,3% (13) tinham soropositividade para HIV, 5,9% (5) para HCV, 1,2% (1) para HBV e 8,2% (7) para sífilis. Após alta da unidade de internação psiquiátrica, somente 25% da amostra deram continuidade ao tratamento no ambulatório de dependência química. CONCLUSÃO: Comportamentos de risco para DSTs, altas taxas de HIV e sífilis, elevado uso de outras drogas e envolvimento em atividades ilegais fazem parte do estilo de vida caótico dessas mulheres. Programas de prevenção e intervenção dirigidos à natureza multifatorial dessa condição precisam ser desenvolvidos.

ASSUNTO(S)

transtorno por uso de substâncias crack gestação doenças sexualmente transmissíveis

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