Habitats larvários de Aedes aegypti, vetor da dengue, em cinco áreas de amostragem na região norte do município de Campinas, estado de São Paulo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2010

RESUMO

A dengue tem se tornado um importante problema de saúde pública em vários continentes. Nas Américas o Aedes aegypti é o principal vetor da doença em razão de sua elevada competência vetorial e hábito antropofílico. Assim, é fundamental que o sistema de vigilância municipal disponha de indicadores sensíveis para avaliação dos níveis de infestação do vetor. A vigilância entomológica do Ae. aegypti no município de Campinas, SP, é fundamentada no Índice de Breteau (IB), que indica o número de criadouros com larvas em 100 imóveis pesquisados. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e quantificar os criadouros de Aedes aegypti, bem como estimar os índices de infestação larvária por esse vetor em áreas com histórico de dengue na região norte do município de Campinas, SP. Foram analisados os dados obtidos nas avaliações de densidade larvárias realizadas pelas equipes de saúde municipais no período de janeiro de 2005 a outubro de 2009, nas áreas de abrangência dos Centros de Saúde S. Mônica, Anchieta, B. Geraldo e S. Marcos. Nessas áreas a amostragem foi realizada em conglomerados de quarteirões, onde foram pesquisados todos os imóveis, excetuando-se aqueles com elevada quantidade de criadouros (pontos de risco), os terrenos baldios e as praças e parques. No ambiente intra e peridomiciliar desses imóveis foram vistoriados os criadouros potenciais (em condições de acumular água) e os encontrados com água (com e sem presença de larvas). As larvas encontradas foram coletadas e identificadas no laboratório do Centro de Controle de Zoonoses, Campinas, SP. Para cada área foram estimados três indicadores de infestação larvária, o Índice de Breteau (IB), o Índice Predial (IP) e o Índice de Criadouros (IC). Para cada área também foi avaliada a positividade dos pontos de risco de forma independente da amostragem dos demais imóveis. Os tipos de criadouros pratos para plantas e outros foram os criadouros potenciais, e também os encontrados com água, mais freqüentes. Os tipos que apresentaram maior positividade para Ae. aegypti foram os vasos de plantas, pneus e depósitos de água não ligados à rede de abastecimento. A positividade dos mesmos não sofreu interferência das condições climáticas. O IB foi mais elevado no ano de 2009 em comparação aos anos anteriores, e apresentou correlação elevada com o IP, e moderada com o IC. Todos os índices larvários foram mais elevados nos meses de maior temperatura e pluviosidade. Os pontos de risco apresentaram maior positividade em 2006, sendo que os encontrados com maior freqüência com larvas de Ae. aegypti foram os ferros-velhos, as oficinas-mecânicas e o cemitério. Conclui-se que há elevada disponibilidade de criadouros em todas as áreas, durante todo o período avaliado. O IB não demonstrou sensibilidade como indicador de risco ambiental no período seco, onde as ações de prevenção deveriam ser enfatizadas. Os criadouros podem ser diferenciados quanto à importância para o vetor, mediante a análise da positividade, embora seja recomendável incluir outros indicadores que permitam diferenciá-los quanto à abundância larvária

ASSUNTO(S)

criadouros larva vigilância entomológica aedes aegypti breeding sites larval indices entomologic vigilance

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