Impacto do diabetes melito na eficácia e na segurança dos stents farmacológicos: registro com até cinco anos de seguimento
AUTOR(ES)
Smidt, Luis Felipe, Bodanese, Rodrigo, Gomes, Vitor, Lasevitch, Ricardo, Barcellos, Christiano, Oliveira, Denise, Morais, Marina, Hickmann, Patrícia, Krepsky, Ana, Arndt, Marcelo, Polanczyk, Carisi, Bodanese, Luiz Carlos, Caramori, Paulo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
INTRODUÇÃO: Diabéticos possuem risco aumentado para ocorrência de eventos cardiovasculares. Estudos revelam que os stents farmacológicos reduzem a reestenose e a revascularização da lesão-alvo em pacientes diabéticos e não-diabéticos. Entretanto, poucos estudos avaliam a segurança e a eficácia dos stents farmacológicos em diabéticos no longo prazo. O objetivo deste trabalho foi avaliar os desfechos clínicos tardios nessa população de alto risco. MÉTODO: No período de maio de 2002 a abril de 2007, todos os pacientes submetidos a intervenção coronária com stents farmacológicos em dois hospitais foram incluídos no estudo e acompanhados por até cinco anos. RESULTADOS: No total, 611 pacientes com média de idade de 63,5 ± 11,2 anos foram incluídos neste registro. Os diabéticos (n = 204, 33,4%) apresentaram menor proporção de pacientes do sexo masculino, maior prevalência de hipertensão arterial e insuficiência renal crônica, e menor diâmetro de referência do vaso em comparação aos não-diabéticos. Durante o seguimento, os diabéticos mostraram maior probabilidade de eventos cardíacos adversos combinados (19,7% vs. 13,4%; P = 0,04), em decorrência de óbito (7,4% vs. 2,3%; P = 0,003), infarto agudo do miocárdio (5,9% vs. 3,1%; P = 0,10) e trombose do stent definitiva/provável (3,9% vs. 1,3%; P = 0,04). A revascularização do vaso-alvo e a revascularização da lesão-alvo, entretanto, não diferiram entre os grupos (10,9% vs. 9,8%; P = 0,68 e 3,4% vs. 5,1%; P = 0,35, respectivamente). A presença de diabetes melito foi preditora independente de óbito [odds ratio (OR) 2,42; intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,02-5,78; P = 0,05], mas não de trombose de stent (OR 2,41; IC 95% 0,76-7,61; P = 0,13), em nossos pacientes. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo demonstraram que, em pacientes submetidos a implante de stents farmacológicos, a presença de diabetes esteve associada a maiores taxas de mortalidade, infarto agudo do miocárdio e trombose do stent, comparativamente aos não-diabéticos. A presença de taxas similares de revascularização da lesão-alvo em diabéticos e não-diabéticos é promissora e sugere a eficácia da revascularização percutânea com implante de stents farmacológicos nessa população.
ASSUNTO(S)
diabetes mellitus stents farmacológicos reestenose coronária seguimentos
Documentos Relacionados
- Evolução clínica tardia dos stents farmacológicos: segurança e eficácia até cinco anos do Registro DESIRE
- Impacto da insuficiência renal crônica na eficácia de stents farmacológicos: estudo de seguimento de longo prazo
- Eficácia e segurança dos stents farmacológicos em pacientes com insuficiência renal crônica
- Seguimento tardio de pacientes com infarto do miocárdio tratados com stents farmacológicos no Registro DESIRE
- Perfil de segurança dos stents farmacológicos nas síndromes coronárias agudas: dados do Registro INCOR