Impacto prognóstico de p53, c-erbB-2 e receptor epidermal do fator de crescimento no carcinoma de cabeça e pescoço
AUTOR(ES)
Parise Junior, Orlando, Carvalho, Leda Viegas, Miguel, Roberto Elias Villela, Kowalski, Luiz Paulo
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-12
RESUMO
CONTEXTO: p53, c-erbB-2 e receptor epidermal do fator de crescimento (EGFR) são proteínas associadas ao câncer, geralmente expressas nos carcinomas espinocelulares (CEC) de cabeça e pescoço, porém seu valor prognóstico permanece controverso. OBJETIVO: Avaliar o impacto prognóstico da expressão de p53, c-erbB-2 and EGFR nos CECCP. TIPO DE ESTUDO: Prospectivo. LOCAL: Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital AC Camargo, São Paulo. MÉTODOS: A expressão de p53, c-erbB-2 and EGFR em CECCP e mucosas de 54 pacientes foram estudadas por imunoistoquímica e estes dados foram correlacionados com dados histoclínicos e sobrevida. RESULTADOS: Foram observadas: associação direta da expressão de p53 em CEC e mucosas (p = 0,001); perda da expressão de c-erbB-2 (-) da mucosa normal para o CEC (p = 0,04); menor freqüência da associação da expressão de c-erbB-2 positivo com EGFR negativo nos CEC (p = 0,02); e entre o EGFR positivo e o índice mitótico (p = 0,03). A sobrevida atuarial para 60 meses foi maior para os pacientes que apresentavam disseminação para gânglios no pescoço sem ruptura capsular (48.3% p= 0,02), até um gânglio positivo (52.3%, p = 0,004), e margens cirúrgicas livres (47.0%, p = 0,01), quando comparadas aos pacientes que apresentavam ruptura capsular nos gânglios do pescoço (20,2%), dois ou mais gânglios positivos (18,7%), e margens cirúrgicas comprometidas (0,0%), respectivamente. Pacientes apresentando CEC p53 positivo e EGFR negativo apresentaram uma sobrevida maior (75.0%, p = 0,03) quando comparados ao grupo de pacientes remanescentes (33,1%). A análise multivariada confirmou o impacto positivo de p53 positivo e EGFR negativo na sobrevida (p = 0,02). DISCUSSÃO: Este estudo encontrou associações da expressão de p53, c-erbB-2 e EGFR com dados histoclínicos e com o prognóstico. De especial interesse, os resultados sugerem que a perda da expressão mucosa de c-erbB-2 pode estar envolvida com a carcinogênese; que a expressão de EGFR está relacionada com o índice mitótico dos CEC e que a presença da expressão de p53 com perda da expressão de EGFR nos CEC pode ser um fator prognóstico. CONCLUSÕES: Estudos propectivos adicionais devem ser realizados para confirmar a influência de p53, c-erbB-2 e EGFR nos dados histoclínicos e na sobrevida.
ASSUNTO(S)
carcinoma espinocelular genes p53 genes c-erbb-2 proteína p53 proteína c-erbb-2
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