Impactos de peso da fêmea no último mês de gestação sobre a ocorrência de leitegadas desuniformes e influência dos parâmetros fisiológicos do leitão ao nascimento sobre seu desempenho pós-natal / Impact of sow’s weight in late gestation on the occurrence of non uniform litters and consequences of piglets physiological parameters changes at birth and postnatal performance

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A suinocultura moderna tem se destacado pelos altos índices produtivos alcançados. Muito disso se deve à intensa tecnificação, fazendo com que as linhagens de fêmeas suínas fossem melhoradas geneticamente tornado-as hiperprolíficas. Este aumento possibilitou uma melhor produtividade e maior ganho econômico. Entretanto, houve o surgimento de problemas relacionados à desuniformidade das leitegadas, contribuindo com uma maior variabilidade de peso dentro delas. Outro fator importante e intrínseco a este, é em relação à viabilidade e vitalidade de leitões menos favorecidos, em virtude de seu baixo peso ao nascimento e possível exposição a eventos estressantes durante o parto. Em busca de possíveis explicações sobre estes problemas gerados em termos produtivos esta tese foi desenvolvida sob a forma de uma revisão literária e dois experimentos. O Trabalho 1 teve como objetivo subsidiar teoricamente a execução tanto do segundo quanto do terceiro experimento, uma vez que foram descritos os principais fatores que afetam o peso do leitão ao nascimento. Após a compilação destes dados surgiu a idéia de realizar dois experimentos complementares a este estudo inicial. O Trabalho 2 teve como objetivo avaliar o efeito de algumas variáveis medidas em leitões logo após o nascimento em relação à sua sobrevivência durante a primeira semana de vida e desenvolvimento posterior até desmame. Foram utilizados 612 leitões oriundos de 56 fêmeas de ordem de parto 3 a 5 as quais o parto foi induzido. Logo após o nascimento foram medidos os seguintes parâmetros: Frequencia cardíaca (FC), Saturação de O2 (SatO2), glicemia; temperatura retal logo após o nascimento (TR0h) e às 24 horas após (TR24h). A ordem de nascimento, sexo, coloração de pele, integridade do cordão umbilical e a tentativa de ficar em pé também foram anotadas. Logo após a coleta destes parâmetros cada leitão foi tatuado em número seqüencial e posteriormente pesado ao nascimento, 7, 14 e 21 dias para avaliar seu desenvolvimento durante a lactação. Tanto a sobrevivência quanto o desempenho durante o crescimento dos leitões não foram afetadas pela temperatura retal ao nascimento (RT0h). Leitões que nasceram com pele cianótica e que demoraram mais que cinco minutos para se levantarem apresentaram maiores chances de mortalidade durante os três primeiros dias de vida, quando comparados a leitões que nasceram com pele normal e levaram menos de um minuto para levantar (P<0,05). Além disso, leitões que nasceram com cordão umbilical rompido tiveram também uma maior chance de mortalidade até os primeiros 3 dias de vida (P<0,05). Maiores chances de mortalidade tanto aos 3 quanto aos 7 dias de vida foram encontradas em leitões com ordem de nascimento superior ao nono leitão (>9), menor peso ao nascimento (<1275 g), baixa (24-30 mg/dl) e alta (45-162 mg/dl) glicemia, e baixa temperatura retal às 24h pós nascimento (<38,1ºC). Leitões que apresentaram baixo peso ao nascimento (<1275 g), baixa temperatura retal 24h após nascimento (<38,1ºC) e sexo feminino tiveram maiores chances de serem mais leves ao desmame (P<0,05). Dentre os vários parâmetros estudados neste experimento, pele cianótica, tentativa para se levantar, cordão umbilical rompido, elevada ordem de nascimento, baixo peso ao nascimento, baixa TR24h pós-nascimento e ambas alta e baixa glicemia foram indicadores de uma baixa habilidade na sobrevivência dos leitões durante a primeira semana de vida. Além disso, leitões do sexo feminino, com baixo peso ao nascimento e baixa temperatura retal 24h após nascimento apresentaram um menor desenvolvimento durante a fase de lactação. O Trabalho 3 teve como objetivo avaliar a associação do ganho de peso no último mês de gestação, em fêmeas alojadas em baias coletivas, com o comportamento no momento da oferta de alimento e com a uniformidade de peso da leitegada. Foram utilizadas 699 fêmeas, divididas em 3 grupos de ordem de parto (OP): OP2 (n= 137), OP 3-5 (n= 391) e OP 6-9 (n= 171). Fêmeas do grupo OP 6-9 tiveram maior número de leitões com peso inferior a 1200 g e maior coeficiente de variação (CV) do peso dos leitões (P<0,05), em comparação às fêmeas OP 2. Dentro de cada grupo de OP foram criados 3 subgrupos de percentual de ganho de peso (baixo, médio e alto). Menor peso de leitões e maior número de leitões com <1200 g foram observados no subgrupo de baixo ganho de peso em comparação ao subgrupo médio, dentro dos grupos OP 2 e OP 3-5, ou em comparação ao subgrupo alto, dentro grupo de fêmeas OP 6-9. Houve correlação positiva entre o percentual de ganho de peso na gestação e o número de vezes em que a fêmea esteve em pé no cocho (r= 0,669), o número de vezes que a fêmea bateu (r= 0,451) e correlação negativa (r= - 0,338) com o grau de arranhões na pele (P<0,0001). A variação do ganho de peso nas fêmeas mantidas em baias coletivas é influenciada pela competição no momento do arraçoamento. Fêmeas com um comportamento dominante possuem maior acesso ao alimento e, em conseqüência, maior ganho de peso. Um menor ganho de peso, no último mês de gestação, afeta negativamente o peso dos leitões ao nascimento.

ASSUNTO(S)

reproducao animal : suinos pregnant sows group-housing leitegada mortalidade animal weight gain temperatura piglets birth weight peso ao nascer rectal temperature gestação animal : suínos mortality physiological parameters

Documentos Relacionados