Implante de Marca-Passos em Crianças e Adolescentes Chagásicos no Brasil: Incidência Histórica em 18 Anos

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

Resumo Fundamento: A doença de Chagas mantém-se como sério problema de saúde pública e tem sido responsável por aproximadamente 25% a 30% das indicações de estimulação cardíaca no Brasil. Objetivo: Estudar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes menores de 18 anos portadores de doença de Chagas submetidos a implante de marca-passo no território brasileiro entre 1994 e 2011, e sua tendência temporal. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo que utilizou informações coletadas pelo Registro Brasileiro de Marca-passo. As variáveis analisadas foram: ano do implante, localidade, idade, sexo, grupo étnico dos pacientes; classificação funcional e os principais achados eletrocardiográficos de base. Resultados: Em um total de 183 123 implantes realizados entre 1994 e 2011, foram identificados 214 implantes de dispositivos de estimulação cardíaca em portadores de doença de Chagas com idade inferior a 18 anos. A média de idade no momento do implante foi de 5,6 ± 6,2 anos. Bloqueios atrioventriculares de 2º e 3º graus foram responsáveis por 71% das indicações. Dos procedimentos, 55,6% foram realizados na região sudeste. Em relação ao total de implantes de marca-passo por ano, observamos um aumento importante e significante de implante por todas as causas. Entretanto, quando avaliamos a série temporal de implantes em pacientes com doença de Chagas menores que 18 anos, observamos uma redução expressiva e significativa no número anual de implantes. Conclusão: Observa-se uma redução importante do número de implantes de marca-passo em crianças e adolescente chagásicos, o que sugere uma redução da transmissão vertical do parasita.

ASSUNTO(S)

estudos retrospectivos marca-passo artificial criança adolescentes doença de chagas cardiomiopatia chagásica epidemiologia

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