Implante de um floculado de resina derivada do óleo de mamona (Ricinus communis) em alvéolo de rato imediatamente após a extração dental. Avaliações histológica e histométrica da biocompatibilidade e da cronologia do reparo ósseo. / Implantation of flakes of castor oil resin (Ricinus communis) in rat alveolus immediately after dental extraction. Histologic and histometric evaluation of biocompatibility and chronology of bone healing.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi testar a biocompatibilidade de um enxerto floculado de resina de mamona (AUG-EX, POLIQUIL ARARAQUARA POLÍMEROS QUÍMICOS LTDA, Araraquara, SP), utilizando-se como modelo experimental o reparo da ferida de extração dental de rato. Para tanto, foram realizadas a avaliação histológica da reação dos tecidos vizinhos ao implante e a análise histométrica da cronologia do reparo ósseo no terço alveolar contíguo ao do material implantado. Imediatamente após a extração dos incisivos superiores direitos, os animais do grupo Implantado tiveram o alvéolo parcialmente preenchido com o enxerto floculado da resina de mamona, misturado em quantidade mínima de soro fisiológico. Nos períodos de 1, 2, 3 e 6 semanas após a extração dental ou extração + implante, as hemi-maxilas direitas dos ratos controles e implantados foram coletadas, fixadas em solução de formol a 10%, a seguir descalcificadas, desidratadas, diafanizadas e incluídas em parafina para obtenção de cortes longitudinais semi-seriados de 6 µm de espessura, que foram corados com hematoxilina e eosina. A fração de volume dos componentes reparacionais da ferida de extração dental (coágulo sangüíneo, tecido conjuntivo e trabéculas ósseas) foi estimada por um método de contagem diferencial de pontos, em imagens histológicas analisadas ao microscópio óptico munido de uma ocular contendo um retículo com 100 pontos eqüidistantes, nos períodos de 2 e 6 semanas após a extração dental. As comparações entre os resultados dos grupos controles e implantados foram realizadas pelos testes estatísticos não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. O exame histológico mostrou os flocos da resina de mamona, de forma irregular e tamanho variável, localizados entre os terços médio e cervical dos alvéolos dentais; o material mostrou-se biocompatível e capaz de certo grau de osseointegração direta, dentro do período da investigação. Os flocos foram inicialmente circundados por tecido de granulação, com a presença de trabéculas osteóides formando-se em suas proximidades. Com o progresso do reparo, quantidades gradativamente maiores de tecido ósseo em maturação foram observadas entre e ao redor dos flocos da resina, no geral com a presença de um tecido conjuntivo interposto, mas em algumas regiões estabelecendo um aparente contato direto com eles. Comparando com trabalhos anteriores do nosso laboratório, no entanto, parece que o formato irregular dos flocos não se mostrou tão favorável à aderência aos tecidos reparacionais, uma vez que ao redor das superfícies côncavas foram observadas, no geral, áreas sem preenchimento tissular. A presença do material não suscitou uma resposta inflamatória persistente, em que pese a ocorrência de uma quantidade discreta de células gigantes tipo corpo estranho aderidas a sua superfície, em todos os períodos experimentais. Embora apresentando o mesmo padrão de reparo alveolar descrito para os ratos controles, a análise histométrica do terço apical do alvéolo dos ratos implantados comprovou um atraso da ordem de 13% a 20% na neoformação óssea reparacional, com áreas mais extensas da cavidade de extração preenchidas por tecido conjuntivo e/ou remanescentes do coágulo sangüíneo, em todos os períodos experimentais.

ASSUNTO(S)

resins ricinus communis biocompatibilidade resinas biocompatibility

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