Incorporação da captação à distância promove mudanças na situação dos receptores em fila para transplante cardíaco
AUTOR(ES)
Atik, Fernando Antibas, Couto, Carolina Fatima, Tirado, Freddy Ponce, Moraes, Camila Scatolin, Chaves, Renato Bueno, Vieira, Nubia W., Reis, João Gabbardo
FONTE
Braz. J. Cardiovasc. Surg.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-09
RESUMO
Objetivo: Mostrar a incorporação da captação a distância em um programa de transplante cardíaco e a situação dos receptores em fila após a organização deste sistema. Métodos: Entre setembro de 2006 e outubro de 2012, 72 pacientes foram incluídos na fila de transplante cardíaco. Transplante cardíaco foi realizado em 41 (57%), óbito em fila em 26 (36%) e melhora clínica em 5 (7%). Inicialmente, todos os transplantes foram realizados com captação local. Em fevereiro de 2011, teve início a captação a distância interestadual. Foram realizados 30 (73%) transplantes com captações locais e 11 (27%) em outros estados (distância média=792 km±397). Resultados: Pacientes submetidos à captação à distância tiveram maior tempo de isquemia fria (212 min±32 versus 90 min±18; P<0,0001). A taxa de disfunção primária de enxerto (distância 9,1% versus local 26,7%; P=0,23) e de sobrevida atuarial em 1 mês e 12 meses (distância 90,1% e 90,1% versus local 90% e 86,2%; P=0,65 log rank) foram similares entre os grupos. Houve expressivo aumento na capacidade do centro em transplantar (64,4% versus 40,7%, P=0,05) com tendência a redução de tempo em fila de espera (mediana 1,5 mês versus 2,4 meses, P=0,18). Houve ainda tendência a redução na mortalidade em fila de espera (28,9% versus 48,2%, P=0,09). Conclusão: A incorporação da captação a distância, apesar de associada a tempos prolongados de isquemia, não aumenta a morbimortalidade após o transplante cardíaco e aumenta o pool de doadores viáveis, podendo diminuir a mortalidade em fila e o tempo de espera por um órgão.
ASSUNTO(S)
transplante de coração seleção do doador cardiomiopatias
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