INFECTION AFTER BONE-MARROW TRANSPLANTATION AT THE UNIVERSITY HOSPITAL OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF JUIZ DE FORA: MAIN ORGANISMS AND ASSOCIATED RISK FACTORS / Infecções no transplante de medula óssea no Hospital Universitário da UFJF: a incidência dos principais microrganismos e os fatores de risco associados

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O Transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é um tratamento utilizado para o tratamento de doenças malignas e não malignas, com o intuito de restabelecer a normalidade funcional da medula óssea. Esta terapêutica é indicada principalmente quando a doença envolve a medula óssea ou quando a toxicidade hematopoética é considerada um fator limitante para um tratamento mais agressivo. O número de transplantes de células-tronco hematopoéticas tem aumentado a cada ano devido aos diversos avanços tecnológicos e ao aprimoramento de pesquisas, levando ao maior sucesso do tratamento. Contudo, algumas complicações relacionadas ao procedimento são fatores importantes para o aumento da morbi-mortalidade. A infecção, principalmente no período de internação, tem preocupado as equipes dos diferentes centros de transplante em todo o mundo. Esta complicação tem sido considerada a causa mais frequente de morte em pacientes submetidos ao transplante alogênico e a segunda no autólogo. O nosso estudo teve como objetivo analisar o perfil das infecções durante o período de internação nos pacientes submetidos ao transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 111 pacientes submetidos a 115 transplantes realizados no período de 2004 a 2009. A infecção esteve presente em 52,2% dos casos. Sexo, idade, cor, estado nutricional, doença de base, comorbidades associadas não estiveram associadas à maior ocorrência de infecções. A presença de mucosite foi considerada como fator de associação para a presença de infecção (p=0,018), sendo que os pacientes com maiores graus de mucosite desenvolveram mais infecções (p=0,013). A toxicidade pulmonar também esteve associada à ocorrência de infecção (p=0,037). A infecção bacteriana foi o principal tipo de infecção, seguido por infecções fúngicas, principalmente candidíase oral. O foco mais comum de infecção foi o relacionado ao cateter venoso central, tendo acometido 26% da população analisada. O uso do CVC semi-implantado não tunelizado foi associado à maior ocorrência de infecção relacionada ao cateter (p=0,030). As infecções foram predominantemente causadas por bactérias Gram-positivas, contudo as Gram-negativas levaram ao maior número de óbitos. A infecção foi a causa mais freqüente de óbitos na população analisada e esteve associada ao aumento do período de internação. Estratégias direcionadas especificamente para o controle das infecções como conhecer a epidemiologia do serviço, treinamento constante da equipe e o desenvolvimento de novos trabalhos, podem levar a uma diminuição da morbi-mortalidade relacionada ao tratamento

ASSUNTO(S)

transplante de células-tronco hematopoéticas infecção controle de infecções fatores de risco saude coletiva stem-cell transplantation infection infection control risk factors

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