INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM DOIS SOLOS CULTIVADOS NO SUL DO BRASIL

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ciênc. Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-04

RESUMO

A infiltração é a passagem da água por meio da superfície do solo, influenciada pelo tipo de solo e cultivo, pela rugosidade e cobertura superficial e pelo teor de água no solo; ela consome a maior parte da água da chuva e, por isso, é fundamental para o planejamento de práticas conservacionistas de caráter mecânico com o fim de manejar o escoamento superficial. Os objetivos deste trabalho foram determinar a infiltração de água em dois tipos de solo cultivados por meio de diversos tipos de manejo e cultivo, mediante chuvas simuladas com intensidade e duração variadas aplicadas em diferentes épocas, e ajustar o modelo empírico de Horton aos dados de infiltração. Realizou-se este estudo no sul do Brasil, sobre os solos Nitossolo Bruno aluminoférrico húmico e Cambissolo Húmico alumínico léptico, para avaliar as seguintes situações: no Nitossolo, foram realizadas chuvas simuladas entre 2001 e 2012 e avaliados 31 tratamentos, diferentes em termos de tipo de cultura, direção da semeadura, tipo de haste na máquina semeadora, quantidade e tipo de resíduo cultural e quantidade de dejeto líquido de suínos aplicado; no Cambissolo, foram efetuadas chuvas simuladas entre 2006 e 2012 e avaliados 18 tratamentos, diferentes em termos de tipo de cultura, direção da semeadura e tipo resíduo cultural. O valor constante da taxa de infiltração de água no solo variou expressivamente com o tipo de solo, sendo 30,2 mm h-1 no Nitossolo e 6,6 mm h-1 no Cambissolo, independentemente do sistema de manejo, da época de aplicação e da intensidade e duração da chuva. A infiltração de água no solo ao final da chuva modificou expressivamente com o sistema de manejo, com a época de aplicação e com a intensidade e duração da chuva, cujos valores variaram entre 13 e 59 mm h-1, incluindo os dois solos estudados. A orientação da operação de semeadura em relação ao relevo, o tipo de cultura e a quantidade e o tipo de resíduo cultural influenciou a infiltração de água no solo, pois, no Nitossolo, os valores variaram entre 27 e 43 mm h-1 na semeadura em contorno e na direção do declive, respectivamente, com resíduos culturais de milho, trigo e soja, enquanto, no Cambissolo, a variação foi respectivamente entre 2 e 36 mm h-1 nos cultivos de soja e milho. O modelo de Horton ajustou-se aos valores de taxa de infiltração de água no solo, resultando na equação i = 30,2 + (68,2 - 30,2) e-0,0371t (R2 = 0,94**), para o Nitossolo; e i = 6,6 + (64,5 - 6,6) e-0,0537t (R2 = 0,99**), para o Cambissolo.

ASSUNTO(S)

infiltração constante infiltração básica modelagem da infiltração chuva simulada

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