Influência do genótipo sobre as concentrações de proteína e óleo em sementes de soja [Glycine max (L.) Merrill]

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A soja [Glycine max (L.) Merrill] a cada ano vem confirmando a sua posição ímpar como produto agrícola brasileiro de maior importância, quer na geração de divisas para o país, quer no incremento das atividades da agroindústria, da produção de carnes, de óleo e derivados. A principal utilização da soja, tanto no Brasil como no restante do mundo, é como matéria prima para a indústria de esmagamento que produz óleo degomado e farelo. O óleo é utilizado como matéria prima para a indústria alimentícia na produção de óleo refinado, e seus derivados, e o farelo é utilizado, principalmente, na indústria de rações como enriquecedor protéico. A qualidade do farelo de soja é dada pelo seu conteúdo de proteína. O farelo obtido da soja produzida no Brasil, especialmente na região Sul, tem apresentado conteúdo de proteína abaixo das especificações exigidas pelo mercado, o que tem depreciado seu valor. A concentração de óleo e proteína na semente de soja é herdada como uma característica quantitativa que sofre grande influência do meio ambiente. Em condições de cultivo in vivo é difícil controlar precisamente o fornecimento de carbono e nitrogênio destinado às sementes. Com o objetivo de avaliar a influência de genótipos de soja sobre a concentração de proteína e óleo na semente com desenvolvimento in vivo e in vitro, sementes imaturas das cultivares CD 202 e CD 206 foram retiradas da planta mãe no estádio R5, cultivadas in vitro em meio de cultura líquido, contendo 20, 40 e 60 mM de glutamina. As sementes foram incubadas em frascos de vidro em constante agitação, por oito dias a 25 . 0,2.C, com concentração de sacarose de 204,5 mM. Após esse período de incubação, foi determinado o ganho de massa fresca das sementes. Posteriormente, foi determinado o teor de óleo e proteína das sementes desenvolvidas in vitro e das desenvolvidas in vivo. O ganho de massa fresca não apresentou diferença significativa (P>0,05) em uma mesma cultivar quando houve alteração da concentração de glutamina. Entre as cultivares o ganho de massa fresca apresentou diferença significativa (P<0,05) nas concentrações de 40 e 60 mM de glutamina na cultivar CD 206 em relação à CD 202. A porcentagem de proteína na concentração de 20 mM de glutamina não apresentou diferença significativa (P>0,05) na cultivar CD 206 cultivada in vitro quando comparada com a cultivada in vivo. Porém o inverso ocorreu para as concentrações de 40 e 60 mM de glutamina. A cultivar CD 202 quando cultivada in vitro na concentração de 20 mM apresentou porcentagem de proteína menor que as sementes cultivadas in vivo. Porém, acima da concentração de 20 mM de glutamina, a cultivar CD 202 apresentou uma alta porcentagem de proteína, respondendo positivamente ao aumento da concentração de glutamina. Com suprimento adequado de nitrogênio para as sementes com desenvolvimento in vitro o genótipo não limitou o acúmulo de proteína. Entre as duas cultivares estudadas, a proteína se apresentou sempre em maior porcentagem na cultivar CD 206. As concentrações de óleo e proteína foram inversamente relacionadas. O genótipo influencia na composição da semente de soja, pois mesmo quando houve variação no suprimento de nitrogênio para as sementes com desenvolvimento in vitro diferenças estatísticas apresentadas na porcentagem de proteína e óleo, foram mantidas entre os genótipos.

ASSUNTO(S)

soybean - seed. soja - semente.

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