Influência dos stents farmacológicos na seleção de pacientes diabéticos tratados por meio de intervenção coronária percutânea
AUTOR(ES)
Tanajura, Luiz Fernando, Feres, Fausto, Siqueira, Dimytri Alvim, Abizaid, Alexandre, Fraulob, Suzy Macedo, Fucci, Adriana, Maranhão, Andréia Mendes, Bartolozzi, Carlos Geraldo, Borges, Silvana Moreira, Marcelino, Danielle Peixoto, Sousa, Amanda G. M. R., Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
INTRODUÇÃO: Os diabéticos representam um desafio para as intervenções coronárias percutâneas (ICP) em decorrência das elevadas taxas de reestenose, limitando a utilização desse procedimento em situações com grande perspectiva de recidiva, restringindo o emprego da técnica e predispondo à revascularização incompleta. Os stents farmacológicos contribuíram para a atenuação expressiva dessas limitações, podendo ter causado mudanças nas características dos casos tratados contemporaneamente. Assim, nosso objetivo foi comparar o perfil dos diabéticos tratados por ICP em dois momentos distintos desta década MÉTODO: Estudo de coorte envolvendo 2.530 pacientes diabéticos revascularizados de forma consecutiva, divididos em dois grupos: grupo A, 1.309 pacientes revascularizados no período de 2006 a 2008; e grupo B, 1.221 pacientes tratados entre 2003 e 2005. Excluíram-se apenas os pacientes em que foram utilizados stents farmacológicos não disponíveis para uso comercial RESULTADOS: Os stents farmacológicos foram mais utilizados no grupo A (23% vs. 9%; P < 0,0001), em que também ocorreu predomínio significante de pacientes em uso de insulina (14% vs. 10%; P = 0,0001), com disfunção renal crônica (20% vs. 10,1%; P < 0,0001), lesões B2/C (68% vs. 63%; P = 0,003), oclusões crônicas (17% vs. 10%; P < 0,0001), stents com diâmetro < 2,5 mm (26% vs. 22%; P = 0,01) e stents com extensão > 24 mm (31% vs. 22%; P < 0,0001). Intervenções multiarteriais (12% vs. 6%; P < 0,001) e revascularização completa (65% vs. 59%; P = 0,002) também predominaram no grupo A. Os resultados clínicos hospitalares não diferiram CONCLUSÃO: A maior disponibilidade de stents farmacológicos causou alterações substanciais no perfil dos diabéticos tratados contemporaneamente, ampliando as indicações para casos mais complexos e proporcionando a obtenção de uma revascularização miocárdica mais completa.
ASSUNTO(S)
doenças cardiovasculares stents farmacológicos diabetes mellitus
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