Ingestão dietética de pacientes bariátricas femininas após gastroplastia anti-obesidade
AUTOR(ES)
Dias, Maria Carolina G., Ribeiro, Angela G., Scabim, Veruska M, Faintuch, Joel, Zilberstein, Bruno, Gama-Rodrigues, Joaquim José
FONTE
Clinics
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-04
RESUMO
OBJETIVO: A gastroplastia com anastomose gastrojejunal em Y de Roux é uma operação popular e bem sucedida no tratamento da obesidade grave. Ela restringe seriamente a ingestão e moderadamente a absorção do alimento, potencialmente abrindo caminho para desnutrição especialmente no primeiro ano, antes que o paciente se adapte à nova condição. Com o propósito de documentar a real ingestão neste período, um estudo prospectivo observacional foi executado. MÉTODO: Quarenta pacientes consecutivos foram investigados por recordatório de 24 horas a cada três meses após a operação, até um ano. Apenas mulheres foram arroladas para maior homogeneidade da amostra. Todas receberam diariamente um suplemento vitamínico-mineral, como rotina pós-operatória. Um questionário foi empregado abordando alterações gerais, nutricionais e gastrointestinais assim como consumo de medicamentos. Os ganhos dietéticos foram analisados mediante o programa Virtual Nutri (São Paulo, SP, Brasil). RESULTADOS: A resposta cirúrgica situou-se dentro da faixa esperada, com perda de cerca de 67% do excesso de peso após um ano, e o mesmo ocorreu com sintomas gastrointestinais e necessidades medicamentosas. A quantidade de energia diária nas quatro ocasiões foi de 529,4±47,5, 710,9± 47,7, 833,2± 72,0 e 866,2± 95,1 kcal/dia (média ± erro padrão da média), e o aumento do consumo de proteína foi da mesma proporção nos 6 e 9 meses e com redução em 12 meses. Consequentemente mesmo após um ano as pacientes estavam abaixo das recomendações usuais de calorias e proteínas. A contribuição da dieta no tocante a ferro e zinco também mostrou-se inadequada, embora quadros deficitários tenham provavelmente sido abortados pelo suplemento utilizado. CONCLUSÕES: 1) O risco para desnutrição pos-operatória ficou demonstrado até um ano, e a melhora espontânea da ingestão de alimentos revelou-se lenta e ineficiente; 2) Protocolos específicos deveriam ser elaborados visando melhorar a nutrição e a saúde na fase pós-operatória, até que se verifique uma adaptação dietética satisfatória;
ASSUNTO(S)
obesidade mórbida operação bariátrica gastroplastia ingestão dietética desnutrição calórico-proteica recordatório alimentar
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