Inquérito sobre hipertensão arterial e décifit cognitivo em idosos de um serviço de geriatria

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Epidemiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-04

RESUMO

INTRODUÇÃO: Tanto a hipertensão arterial como o déficit cognitivo são condições de alta prevalência na população idosa, com influência direta sobre a qualidade de vida. Assim, identificar associações entre esses agravos é de interesse para a saúde pública. MÉTODO: Realizou-se um inquérito em uma unidade ambulatorial de atendimento a idosos, com o objetivo de estudar a associação entre hipertensão arterial e déficit cognitivo. A identificação dos indivíduos com disfunção cognitiva foi realizada por meio do Mini Exame do Estado Mental, aplicado a todos os pacientes que procuraram o serviço entre agosto/1998 e janeiro/1999. Entrevistas com os pacientes e revisão de prontuários possibilitaram a classificação da exposição (hipertensos/não hipertensos). RESULTADOS: Foram identificados 99 indivíduos com disfunção cognitiva entre os 307 participantes do estudo, obtendo-se uma prevalência de 32,2% (IC 95% = 27,0% - 37,4%). Foi estimada uma associação inversa de grande magnitude entre hipertensão arterial e déficit cognitivo para o grupo de idosos com 80 anos ou mais, cujo diagnóstico foi registrado há cinco anos ou mais (OR = 0,13; IC 95% = 0,03 - 0,54), sendo que essa associação não foi encontrada entre os indivíduos com idades entre 65 e 79 anos. CONCLUSÕES: A associação inversa entre hipertensão arterial e déficit cognitivo nos indivíduos mais idosos reforça a hipótese de outros autores de que, nesse grupo etário, um certo nível de pressão arterial é necessário para manter a função cognitiva. Sugere-se a realização de estudos adicionais sobre o tema em nosso meio.

ASSUNTO(S)

hipertensão arterial disfunção cognitiva idosos inquéritos epidemiológicos

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