INTENSIFICAÃÃO DA PRODUÃÃO DE LEITE EM PASTAGENS NO TRÃPICO ÃMIDO / INTENSIFICATION OF MILK PRODUCTION IN PASTURES IN THE HUMID TROPICS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/05/2011

RESUMO

Objetivou-se com esse trabalho avaliar os efeitos da intensificaÃÃo da produÃÃo de leite, via nÃveis de intensificaÃÃo do sistema, em pastagens de capim-mombaÃa (Panicum maximum Jacq. cv. MombaÃa) no trÃpico Ãmido, durante o perÃodo das Ãguas. Os tratamentos consistiram de quatro nÃveis de intensificaÃÃo, determinados pela combinaÃÃo de nÃveis de adubaÃÃo e nÃvel de produÃÃo dos animais. Foram eles, na sequÃncia crescente de intensificaÃÃo: 1  adubaÃÃo com 400 kg de NÃha-1Ãano-1, com vacas de baixa produÃÃo; 2 adubaÃÃo com 800 kg de NÃha-1Ãano-1, com vacas de baixa produÃÃo; 3 adubaÃÃo com 400 kg de NÃha-1Ãano-1, com vacas de alta produÃÃo; 4 adubaÃÃo com 800 kg de NÃha-1Ãano-1, com vacas de alta produÃÃo. As vacas eram sem raÃas definidas, em mÃdia de terceira cria, com partos ocorridos em outubro/novembro de 2009. No inÃcio das avaliaÃÃes de produÃÃo de leite, encontravam-se com aproximadamente 110 dias de lactaÃÃo. O perÃodo experimental foi de 24 de dezembro de 2009 a 10 de maio de 2010. Para as medidas relacionadas à morfogÃnese e estrutura, foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com medida repetida no tempo. Quatro tratamentos, com quatro ciclos e quatro repetiÃÃes (piquetes), avaliando a interaÃÃo entre tratamentos e ciclos. Para a avaliaÃÃo do comportamento dos animais, foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, oito perÃodos e quatro repetiÃÃes (animais), avaliando a interaÃÃo entre tratamentos e perÃodos. Na avaliaÃÃo da distribuiÃÃo de fezes, foi utilizada a anÃlise geoestatÃstica, com quatro tratamentos e trÃs repetiÃÃes (piquetes). Nas anÃlises de produÃÃo dos animais, foi utilizado delineamento inteiramente casualizado simples (placas de fezes, total de fezes, consumo de forragem e consumo total), com medidas repetidas no tempo (escore de condiÃÃo corporal e peso vivo) e com medidas repetidas no tempo, sendo o tempo medida de controle local (produÃÃo de leite por vaca, peso vivo, taxa de lotaÃÃo e produÃÃo de leite por hectare). O perÃodo de descanso utilizado foi o necessÃrio para que fosse possÃvel a expansÃo de 2,5 novas folhas e o resÃduo equivalente ao IAF residual 2,0. O maior fornecimento de nitrogÃnio nÃo proporcionou elevaÃÃo nas variÃveis TAlF, TAlH, TSFant e TSFpost. NÃo foram observadas diferenÃas entre tratamentos em funÃÃo dos tipos de animais. A TAlF segue, em parte, a disponibilidade de Ãgua oriunda da precipitaÃÃo. NÃo houve diferenÃa na TAlH em funÃÃo dos tratamentos. Esse efeito, sendo reflexo do perÃodo de descanso adotado (2,5 novas folhas à perfilho-1), reduziu o nÃvel de interceptaÃÃo da radiaÃÃo fotossinteticamente ativa para valores inferiores a 95%. A intensificaÃÃo apresenta pouco reflexo nas variÃveis estudadas (MSFT, MSFV, MSLV e MSCV). A altura prÃ-pastejo apresentou crescimento do primeiro para o segundo ciclo e posterior declÃnio atà o Ãltimo ciclo, sendo esse o que apresentou os menores valores, para todos os tratamentos. A elevaÃÃo da oferta de nitrogÃnio proporcionou maiores nÃveis de produÃÃo em determinados momentos, quando da oferta de Ãgua em nÃveis adequados. A disponibilidade de Ãgua influenciou a resposta da produÃÃo das pastagens ao longo dos ciclos. Houve relaÃÃo do teor de matÃria orgÃnica do solo e o desempenho produtivo das pastagens. Quanto ao comportamento dos animais, foi observado interaÃÃo entre os tratamentos e os perÃodos do dia, com exceÃÃo do âcomportamento urinandoâ que sà apresentou efeito de perÃodo. A adubaÃÃo influenciou positivamente no âcomportamento pastejandoâ, elevando o tempo gasto na expressÃo do mesmo. Para Outras atividades, o efeito foi negativo, diminuindo o tempo de deslocamento dos animais. A adubaÃÃo e a interaÃÃo a adubaÃÃo à suplemento proporcionaram maior tempo de utilizaÃÃo de sombra pelos animais. A utilizaÃÃo de alimento concentrado elevou o nÃmero de defecaÃÃes, com concentraÃÃo durante os perÃodos de maior permanÃncia no pasto. O perÃodo do dia influenciou o âcomportamento bebendoâ, causando maior consumo de Ãgua nos perÃodos de maiores temperaturas, assim como os tratamentos intermediÃrios apresentaram maiores consumos. No que se refere à distribuiÃÃo de fezes, os dados apresentaram coeficientes de assimetria positiva e de curtose platicÃrtica. Para o coeficiente de variaÃÃo verificou-se uma elevaÃÃo acentuada, com as Ãreas de descanso, apresentando maiores valores e piquetes com maior nÃvel de adubaÃÃo e menores valores. Os fatores climÃticos radiaÃÃo, temperatura e umidade relativa influenciaram significativamente na dispersÃo e localizaÃÃo das fezes. No que se refere ao grau de dependÃncia espacial (GDE), foi verificado classificaÃÃo, variando de moderado a forte. O alcance foi de 14,0 e 12,7 m para as Ãreas de descanso e piquetes, respectivamente. A adubaÃÃo e o fornecimento de concentrado influenciaram a deposiÃÃo e a perda de nitrogÃnio via fezes, elevando seus valores na medida em que se elevou o aporte nutricional. Observou-se heterogeneidade na deposiÃÃo das fezes, ocorrendo zonas de maior concentraÃÃo, como sombra, entrada de piquetes e malhadouro, mostrando picos de deposiÃÃo que chegaram a 1.051,2 kg de N à ha- à ano- e mÃdia variando de 148,8 a 210,7 kg de N à ha- à ano-Â. Houve crescimento das produÃÃes diÃrias e por Ãrea de leite, na medida em que intensificou o sistema. Com a intensificaÃÃo houve maior persistÃncia da lactaÃÃo, observado por meio da relaÃÃo obtida pela divisÃo do coeficiente angular pelo intercepto, resultando em percentual diÃrio de diminuiÃÃo da lactaÃÃo. A persistÃncia da produÃÃo dos animais respondeu diretamente à intensificaÃÃo do sistema, como reflexo da maior intensificaÃÃo (melhoria da dieta). A produÃÃo por Ãrea respondeu mais fortemente ao nÃvel de produÃÃo individual diÃria e segue comportamento quadrÃtico, de acordo com a distribuiÃÃo das chuvas. A produÃÃo fecal cresceu no sentido do maior nÃvel de intensificaÃÃo, resultando em maiores estimativas de consumo. O maior aporte de nutrientes (mais intensivo) possibilitou elevar os nÃveis de produtividade por animal, por Ãrea, em relaÃÃo à mÃo-de-obra e à produÃÃo total diÃria. A maior intensificaÃÃo possibilitou elevar as receitas, todavia elevou os custos totais mensais, apresentando melhor relaÃÃo nos nÃveis intermediÃrios de intensificaÃÃo. Na medida em que se elevou a Ãrea utilizada, o nÃvel menos intensivo apresentou margem bruta positiva. Os custos operacionais efetivos elevaram-se com a intensificaÃÃo dos sistemas. Jà os custos operacionais totais diminuÃram com a intensificaÃÃo, voltando a crescer no nÃvel mais intensivo. A alimentaÃÃo representou por volta de 70% dos custos operacionais efetivos. Os sistemas apresentaram-se inviÃveis no mÃdio-longo prazo, e no curto prazo, foram menos atrativos que o observado na amostra de produtores utilizada nesse estudo.

ASSUNTO(S)

zootecnia anÃlise econÃmica comportamento animal geoestatÃstica intensificaÃÃo de sistemas produÃÃo de leite produÃÃo de forragem animal behavior economic analysis forage production geostatistics milk production systems intensification leite - produÃÃo bovino de leite - alimentaÃÃo e raÃÃes pastagem - manejo forragem

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