Interactions among arbuscular mycorrhiza, rhizobacteria, phosphorus and silicon on manganese toxicity display in soybean. / Interações entre micorriza arbuscular, rizobactérias, fósforo e silicio na manifestação da toxidez de manganês em soja.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

A atenuação da toxidez de Mn é relativamente freqüente em plantas micorrizadas. Nesse trabalho, testaram-se três hipóteses para avaliar os efeitos da micorrização sobre a manifestação da toxidez de Mn: 1) A micorrização altera a comunidade microbiana oxidante e redutora de Mn no solo, o que reflete na sua disponibilidade; 2) A micorrização propicia maior absorção de Si pela planta, o qual atenua a toxidez de Mn; 3) O maior desenvolvimento das plantas micorrizadas atenua a toxidez de Mn pelo efeito diluição. Conduziram-se cinco experimentos, empregando-se a cultivar de soja IAC-8 e, como substrato, solos classificados como NEOSSOLO QUARTZARÊNICO típico ou NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, autoclavados para eliminar a comunidade microbiana nativa. Num experimento preliminar foi selecionada a espécie de fungo micorrízico arbuscular (FMA) G. etunicatum, eficiente em promover o crescimento da soja nos dois solos, com efeitos mais evidentes entre 9 e 12 semanas. Nesse experimento, a espécie G. macrocarpum no substrato argiloso agravou os sintomas de toxidez de Mn e foi utilizada nos experimentos posteriores para se investigar esse comportamento. No segundo experimento, G. etunicatum atenuou a toxidez de Mn em plantas que receberam doses crescentes de Mn no substrato, simultaneamente com a diminuição da deposição de calose (b-1,3-glucana) nas folhas mais novas. Houve aumento dos teores de Si nas raízes das plantas micorrizadas. No terceiro experimento, a micorrização, sem ou com o restabelecimento da comunidade microbiana nativa, aumentou o crescimento das plantas e diminuiu a toxidez de Mn, mais intensamente nos tratamentos com o restabelecimento da comunidade microbiana. Isso coincidiu com menores concentrações de Mn nas raízes e parte aérea e menor disponibilidade no substrato; comportamento semelhante foi observado para Fe na parte aérea. Bactérias redutoras e oxidantes de Mn foram isoladas e identificadas por meio de seqüenciamento da região 16S do rDNA. Dentre as redutoras, a maioria pertenceu ao gênero Streptomyces e uma ao gênero Variovorax. As oxidantes agruparam-se em três clusters dos gêneros Arthrobacter, Variovorax e Ralstonia. No quarto experimento, plantas de soja micorrizadas foram comparadas com plantas não micorrizadas que receberam dose extra de P, com a finalidade de obter plantas micorrizadas e não micorrizadas com biomassas semelhantes, eliminando-se o efeito diluição. As plantas micorrizadas apresentaram maior atenuação da toxidez de Mn em relação àquelas que receberam dose extra de P, mesmo com biomassas semelhantes. Nesse caso, as plantas micorrizadas apresentaram menores concentrações de Mn na parte aérea e raízes. No último experimento, novamente as plantas micorrizadas apresentaram atenuação da toxidez de Mn e diminuição da sua concentração na parte aérea quando cultivadas no substrato argiloso com alta disponibilidade natural de Mn. A colonização radicular pelos FMA correlacionou-se negativamente com os teores de Mn na parte aérea e raízes. O número de unidades formadoras de colônias (UFC) de bactérias oxidantes de Mn correlacionou-se negativamente com a disponibilidade de Fe e Mn no substrato, já o número UFC de bactérias redutoras de Mn correlacionou-se positivamente. Essas observações indicam que as disponibilidades do Fe e Mn nesse substrato estão sob influência da atividade biológica.

ASSUNTO(S)

fertilidade do solo soil fertility toxicidade química do solo micorrizamicrobiologia do solo chemistry of soil soja manganês toxicity

Documentos Relacionados