Intervenções médicas nas últimas 48 horas de vida de pacientes internados em UTIP em três regiões do Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Resumo de Limitação no Suporte de vida Objetivo: Avaliar a incidência de limitação de suporte de vida (LSV) e as condutas médicas nas últimas 48 horas de vida de crianças internados em 7 UTIP de 3 regiões brasileiras. Desenho: Estudo transversal, multicêntrico e retrospectivo por revisão de prontuário. Local (setting): 7 UTIP de hospitais universitários e terciários localizados em 3 regiões Brasileiras, em Porto Alegre (2), São Paulo (2) e Salvador(3) Pacientes: todos pacientes que faleceram nas 7 UTIP no período entre Janeiro de 2003 e dezembro de 2004. Métodos e principais resultados: Dois residentes de cada serviço preencheram um protocolo padrão com dados demográficos, classificando o óbito (reanimação completa, ordem de não reanimar ou retirada de tratamento) e as condutas tomadas nas últimas 48 horas de vida. Os dados foram comparados utilizando teste t de Student, Anova, Qui quadrado e RR. Dos 561 óbitos, foram excluídos 36 com menos de 24 horas de internação, 61 com morte encefálica e 36 prontuários não localizados. Em 56,5% dos óbitos foram oferecidas manobras de ressuscitação cardiopulmonar, com diferença entre região sudeste e nordeste (p<0,001). A maior faixa etária (p=0,025) e maior tempo de internação na UTIP (p=0,001) foram fatores associados a não reanimação. Em apenas 52,7% dos pacientes com LSV houve descrição de plano no prontuário. O óbito sem suporte respiratório ocorreu em apenas 14 pacientes. Em 66,1% pacientes com ordem de não reanimar as drogas inotrópicas foram mantidas ou aumentadas. Conclusão: A incidência de LSV tem aumentado nas UTIP brasileiras, havendo diferenças entre regiões. A ordem de não reanimação ainda é a pratica mais em nosso meio, havendo tímidas iniciativas de retirada de suporte. Resumo de Morte encefálica Objetivo: Avaliar a incidência de Morte Encefálica (ME) bem como as condutas e protocolos adotados após esta confirmação diagnóstica em 7 UTIP localizadas em 3 regiões Brasileiras. Método: Estudo transversal e multicêntrico baseado na revisão e análise retrospectiva de prontuários de todos os óbitos ocorridos entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004 em 7 UTIP localizadas em Porto Alegre (2), São Paulo (2) e Salvador (3). Dois residentes de cada serviço previamente treinados preencheram protocolo padronizado avaliando dados demográficos, a causa do óbito, critérios para diagnostico de ME e a conduta médica adotada. Resultados: Identificamos 525 óbitos, sendo 61 (11,6%) com diagnóstico de ME. A incidência de ME diferiu entre as 7 UTIP (24,2% a 4,5%; p=0,015), porém, sem diferença nas 3 regiões (12% x 15% x 7%; p=0,052). A causa mais freqüente foi Hemorragia Intracraniana (31,1%). Em 80% dos casos o diagnostico clinico de ME foi confirmado por exame complementar (100% na região sul, 68% na sudeste e 72% na nordeste, p=0,02). A retirada de suporte vital após diagnostico de ME diferiu nas 3 regiões, sendo mais rápida (p=0,04) no sul (1,8 1,9 hs) que no Sudeste (28,6 43,2hs) e Nordeste (15,5 17,1hs). Apenas 6 (9,8%) crianças com ME foram doadoras de órgãos. Conclusão: Apesar da lei que define critérios para Morte Encefálica existir no Brasil desde 1997, verificamos que ela não é obedecida uniformemente. Consequentemente, suporte vital desnecessário é ofertado a indivíduos já mortos, existindo ainda um modesto envolvimento das UTIP com doações de órgãos

ASSUNTO(S)

uti pediÁtrica doaÇÃo de ÓrgÃos Ética mÉdica morte cerebral pediatria

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