Little brother(s) : sobre o monitoramento de câmeras nas escolas de educação infantil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho deteve-se no estudo sobre o monitoramento de câmeras com acesso on-line na sala de aula, adotado em escolas de educação infantil situadas na região metropolitana de Porto Alegre/RS. Ao entender que esse tipo de vigilância é amparado pela lógica de uma sociedade pós-moderna (de consumo, de controle), essa investigação consistiu em apontar discursos que possam justificar esse monitoramento. Além disso, buscou-se que ações estão sendo produzidas a partir da visibilidade proporcionada pelas câmeras na sala de aula, ou seja, como estão sendo produzidas as subjetividades de professoras e crianças. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com uma diretora, uma mãe e três professoras. As análises apoiam-se nas abordagens de Michel Foucault e autores como Gilles Deleuze, Cristianne Rocha, Cláudia Santos, Rosa Fischer. Entre as considerações desse estudo foi possível apontar os discursos médicos que sustentam a necessidade do cuidado fecundo das famílias às crianças menores de 3 anos e os discursos da mídia que, ao ressaltarem o aumento da violência, justificam a necessidade das novas tecnologias no ambiente escolar para assegurar proteção. Quanto à produção de subjetividades, foi possível detectar investimentos para além do cuidado à criança pautando-se no corpo da professora. Ademais, foi percebido um autogoverno da professora e estratégias de resistência às câmeras. Quanto às crianças foi observada uma manifestação daquelas com idade mais avançada (4 e 5 anos), diante dessa tecnologia.

ASSUNTO(S)

educação infantil sala de aula vigilância

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