Mais humano que um humano: a halitose como emblema da patologização odontológica

AUTOR(ES)
FONTE

Ciência & Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-01

RESUMO

A perspectiva teórica de análise desenvolvida relaciona-se com o fato de que o conhecimento odontológico não deve ser visto como algo universal, independente da realidade, mas participante da sua construção. Explora a idéia simbolizada na colonização do conhecimento da Odontologia contemporânea para além do "mais humano que um humano". Com o exemplo da crescente patologização da halitose, como uma desordem objetiva não só da saúde bucal, mas que afeta aos indivíduos, este trabalho desenvolve uma análise da (re)invenção de patologias, via tecnologias de visualização, na modernidade tardia. Conclui que a veracidade do conhecimento odontológico, entre os seus principais atores, os seus discursos e suas práticas sociais, nunca é neutra, mas sempre articulada aos interesses com os quais está envolvida permanentemente. O olfato desliza do saber à memória e do espaço ao tempo e certamente das coisas aos seres. A halitose é, muitas vezes, improvável, misturada, singular, incerta em tempo e lugar.

ASSUNTO(S)

saúde bucal coletiva epistemologia odontológica halitose modernidade tardia

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