Marcadores biomoleculares de lesões epiteliais escamosas genitais pre-invasivas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivos: Estudar a importância de determinados marcadores de diagnóstico e prognóstico de lesões escamosas genitais, com ênfase nos estudos de p16INK4a e HPV de alto risco. Material e Métodos: Marcadores tumorais foram revisados em 21 estudos publicados entre 1994 e 2005, no sentido de identificar aqueles que teriam melhor valor diagnóstico e/ou prognóstico das lesões intra-epiteliais escamosas. Revisão mais apurada avaliou os marcadores p16INK4a e HPV de alto risco em lesões do colo uterino (36 publicações entre 1994 e 2006). Estudou-se a associação do p16INK4a e HPV de alto risco em 96 amostras de colo utenno (13 casos de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL), 26 casos de lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e 57 biópsias normais. O p16INK4a foi identificado por imuno-histoquímica, usando-se o p16INK4a kit (E6H4 clone, DakoCytomation, Carpinteria, CA) e o DNA-HPV foi classificado por captura híbrida (Digene®). Associações foram avaliadas pelo índice KAPPA. No artigo foram envolvidos 54 homens, parceiros sexuais assintomáticos de mulheres com lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau associada com HPV de alto risco, com a finalidade de verificar se a presença do HPV de alto risco poderia ajudar a identificar os casos com maior risco de ter lesões intra-epiteliais penianas, devendo submeter-se à biópsia. O DNA-HPV foi testado por captura híbrida (Digene®) em raspados do pênis. Peniscopia identificou lesões suspeitas que resultaram em biópsias. Resultados: As revisões demonstraram uma clara potencialidade clínica no uso da associação do p16INK4a e do HPV de alto risco no diagnóstico das SIL do colo uterino, e um possível uso como fator prognóstico. O p16INK4a foi detectado em 92,3% das HSIL, em 15,4% das LSIL e em nenhum caso de histologia normal. Encontrou-se respectivamente sensibilidade, especificadade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo de 92,3%, 100%, 100% e 98,3%, de p16INK4a para HSIL e 100%, 70,42%, 43,3% e 100% do HPV de alto risco para HSIL. No segundo estudo o HPV de alto risco estava presente em 25,9% dos parceiros. A peniscopia levou a 13 biópsias (24,07%) com os seguintes diagnósticos: condiloma (2 casos), PIN I (2 casos), PIN II (1 caso) e histologia normal (8 casos). O teste de HPV de alto risco revelou 80% de sensibilidade, 100% de especificidade, 100% de valor preditivo positivo e 88,9% de valor preditivo negativo para identificação de lesões penianas, mostrando que homens com HPV de alto risco positivo têm maior chancer de ter lesões escamosas penianas em biópsias guiadas pela peniscopia que aqueles com lesões aceto-brancas com teste de HPV negativo, (p = 0.007); OR = 51 (Cl 1.7-1527.1). Conclusões: Marcadores como o HPV de alto risco têm um potencial muito grande para aumentar o poder diagnóstico das HSIL e, principalmente, supor o prognóstico da evolução destas lesões, principalmente quando associado ao p16INK4a.

ASSUNTO(S)

virus do papiloma human papilloma virus herpesviruses virus do herpes papilloma viruses cervix uteri colo uterino - câncer

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