Medida da pressão venosa na perna por metodo não invasivo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

o método considerado padrão ouro para a medida da pressão venosa dos membros inferiores, é o método invasivo, onde a veia é puncionada no dorso do pé e o estudo das pressões é realizado durante o exercício. A partir de 1980, com a introdução dos exames de duplex scan, da pletismografia e da fotopletismografia, devido à facilidade de reprodução, baixo custo e por não serem invasivos, facilitaram bastante o estudo da função valvular venosa dos membros inferiores, mas, o estudo da pressão venosa ainda é realizado pelo método invasivo, embora, esta não seja uma prática freqüente. o objetivo é descrever um método pletismográfico, não invasivo para a medida da pressão venosa dos membros inferiores, com o paciente em posição ortostática e durante atividade fisica programada. Os valores de pressão obtidos foram comparados com os da pressão calculada considerando-se a distância entre o átrio direito e o ponto médio do manguito do pletismógrafo, colocado na perna.Foram estudados, etrospectivamente, gráficos de indivíduos sem evidência clínica de patologia vascular arterial, venosa ou linfática, entre 20 e 55 anos, sem nenhuma outra morbidade associada (10 M e10 F) - grupo de normais; e de pacientes acompanhados no Ambulatório de Cirurgia Vascular da UNICAMP com queixa de varizes dos membros inferiores acompanhados de edema (n=20) - grupo de varicosos. Estes apresentavam duplex scan com refluxo de veia safena magna; 6 apresentavam refluxo de sistema venoso profundo e da veia safena magna Método pletismográfico - aplicação de um manguito (7 cm de largura) na perna, a média distância entre o joelho e o maléolo com os pacientes em decúbito dorsal, com a perna elevada a 45 graus. Este manguito foi fixado por uma faixa de velcro com 11 cm de largura e foi conectado a um transdutor de pressão e este ao computador que registrava na forma de gráficos as linhas de pressão através de um software denominado AQDADO-4, especialmente desenvolvido para esta função. No manguito foi aplicada uma pressão inicial de 30mmHg para os varicosos e 50mmHg para os normais. Os indivíduos eram mantidos nesta posição até a estabilização da linha de base. Neste momento, o paciente foi colocado em posição ortostática, sem apoiar o pé no chão, permanecendo assim até a estabilização da nova linha de pressão. A partir desse momento os pacientes realizaram a seqüência de exercícios que se iniciava com um movimento de flexão do pé sobre a perna ao qual seguiram-se 10 movimentos de flexão. Após cada etapa de exercícios foi aguardada a estabilização da linha de base. Na seqüência os pacientes executaram um período de 30 segundos de marcha, na saIa de exame, e a seguir, permaneceram parados, de pé, sem apoiar o pé no chão, até a estabilização da linha de pressão. Como última etapa, os pacientes realizaram 10 movimentos de elevação na ponta dos pés e novamente foi aguardada a estabilização da linha de base. Os testes terminavam com os pacientes em decúbito dorsal com a perna elevada a 45 graus, por 2 minutos. Em cada gráfico foram determinados os seguintes parâmetros: a) Pressão máxima obtida em posição ortostática; b) Porcentagem de queda da pressão após cada uma das fases dos exercícios programados; c) Tempos despendidos para recuperação da pressão venosa máxima após cada fase dos exercícios programados. A pressão calculada. foi determinada em função da distância ( em milímetros) entre o segundo espaço intercostal e a região média do manguito do pletismógrafo. Para a transformação em mm de Hg, estes valores foram divididos por 13,54. Os valores (em mmHg) foram denominados Pressão Calculada. Não houve diferença estatisticamente significante entre as pressões venosas máximas obtidas com o pletismógrafo e as pressões calculadas para os dois grupos. O estudo estatístico revelou que houve diferença significante entre os dois grupos para a porcentagem de queda de pressão, em todas as fases de exercícios programados, tendo ficado em média de 39,8% para o grupo de varicosos e 75,3% para os normais. O estudo estatístico revelou diferença significante para os tempos de recuperação das pressões máximas em todas as fases dos exercícios entre os dois grupos, tendo sido muito importante para a diferenciação dos dois grupos. A medida invasiva da pressão continua sendo o padrão ouro para aferição da pressão venosa do membro inferior, mas o método descrito neste trabalho permite de forma rápida, não invasiva e fidedigna medir a pressão venosa dos membros inferiores a baixo custo e nao com fácil reprodutibilidade ambulatorial. Em conclusão, o método foi capaz de medir a pressão venosa na perna de fonna não invasiva e de mostrar uma grande diferença na redução pressões e no tempo de recuperação das pressões nos dois grupos, permitindo diferenciar, com segurança, os varicosos dos nonnais

ASSUNTO(S)

varizes pressão venosa

Documentos Relacionados