Método simplificado para proteção do esôfago durante a ablação por radiofrequência da fibrilação atrial - estudo prospectivo de 704 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-04

RESUMO

ResumoIntrodução:Apesar de rara, a fístula átrio-esofágica é uma das complicações mais temidas na ablação por radiofrequência da fibrilação atrial pelo alto risco de mortalidade.Objetivo:Este é um estudo prospectivo controlado, realizado durante a ablação por radiofrequência da fibrilação atrial regular, para testar se o deslocamento do esôfago ao manipular o transdutor de ecocardiografia transesofágica poderia ser usado para a proteção de esôfago.Métodos:Setecentos e quatro pacientes (158 mulheres e 546 homens [22,4%/77,6%]; 52,8±14 [17-84] anos), com EF média igual a 0,66±0,8 e com fibrilação atrial refratária ao tratamento medicamentoso, foram submetidos à terapia híbrida com ablação por radiofrequência (isolamento convencional das veias pulmonares e ninhos de fibrilação atrial e ablação de taquicardia de background) com deslocamento do esôfago o mais longe possível do alvo da radiofrequência por manuseio do transdutor de ecocardiografia transesofágica. A temperatura luminal esofágica foi monitorada com e sem deslocamento em 25 pacientes.Resultados:O deslocamento esofágico significativo foi de 4 a 9,1 centímetros (5,9±0,8 cm). Em 680 dos 704 pacientes (96,6%), isso foi o suficiente para permitir a entrega completa e segura de radiofrequência (30W/40ºC/cateter irrigado ou 50W/60ºC/cateter de 8 milímetros) sem sobreposição do esôfago. As alterações médias de temperatura luminal esofágica com e sem deslocamento de esôfago foram de 0,11±0,13ºC versus 1,1±0,4ºC, respectivamente, P<0,01. A radiofrequência teve que ser interrompida em 68% dos pacientes sem deslocamento de esôfago devido ao aumento da temperatura luminal esofágica. Não houve nenhum caso, suspeito ou confirmado, de fístula átrio-esofágica. Foram observados apenas dois sangramentos superficiais causados por inserção do transdutor de ecocardiografia transesofágica.Conclusão:O deslocamento mecânico do esôfago pelo transdutor de ecocardiografia transesofágico durante a ablação com radiofrequência foi capaz de impedir o aumento da temperatura luminal esofágica, ajudando a evitar lesão térmica. Na maioria dos casos, o deslocamento esofágico foi suficiente para permitir a aplicação segura de radiofrequência sem sobreposição do esôfago, sendo uma alternativa conveniente para reduzir o risco de fístula átrio-esofágica.

ASSUNTO(S)

ablação por cateter esôfago fístula esofágica fibrilação atrial

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