Modernização urbano-citadina e representações sobre os trabalhadores na cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70) / Urban-citizen modernization and representations about the workers in Campo Grande city (1960 s and 70 s)
AUTOR(ES)
Nataniél Dal Moro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Modernização urbano-citadina e representações sobre os trabalhadores na cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70) possui como objetivo explicitar os processos pelos quais foram constituídas as representações sobre a modernização urbano-citadina, sobre os trabalhadores que ocupavam o espaço público do centro da cidade de Campo Grande e externar as representações que foram elaboradas a respeito do cotidiano desse povo comum que, de certa forma, fazia do espaço público também um espaço privado. Pesquisar sobre esse assunto e escrever esse texto consiste em apontar parte dos nexos constitutivos da realidade brasileira e, igualmente, da história do atual Estado de Mato Grosso do Sul, cuja capital política e administrativa têm como sede o Município de Campo Grande. Municipalidade essa que em 1960 tinha menos de 75.000 mil habitantes, sendo que em 1980 possuía mais de 290.000 mil residentes; grande parte constituída de migrantes, em especial de migrantes provenientes de Estados como: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. Nem todos esses migrantes, bem como uma parte da população local, conseguiram contribuir para o chamado progresso citadino. Surge, então, mas como problema social, para as mais diversas autoridades públicas e privadas, o povo comum. Esses sujeitos, por sua vez, ocupavam territórios de variadas formas, principalmente o espaço público da cidade de Campo Grande, em particular as calçadas das vias públicas de comércio que eram mais movimentadas, tais como a Rua 14 de Julho e a Avenida Calógeras, que não deixavam de ser símbolos da modernidade local, que paulatinamente eram modernizados. Para analisar essa realidade de modernização urbano-citadina e de representações sobre os trabalhadores utilizei, com grande proveito, as reflexões elaboradas por Marx, Engels, Benjamin, Bourdieu, Hobsbawm, Thompson, Williams, Chartier, Sharpe, Santos, Touraine e Faoro. As análises das fontes e das reflexões teóricas indicam que o processo de modernização urbano-citadino privilegiou sobremaneira a elite campo-grandense e que as representações elaboradas sobre o povo comum e também a respeito das suas práticas cotidianas, como a alimentação, a higiene corporal e a moradia, foram vistas como demeritivas ao progresso. Portanto, o povo comum não devia se fazer presente no centro urbano e comercial da cidade de Campo Grande, já que depunha, material e simbolicamente, contra a representação de progresso que estava sendo construída, uma vez que a modernização, sobretudo a econômica, foi algo constante no decorrer das décadas de 1960 e de 1970
ASSUNTO(S)
modernização urbano-citadina trabalhadores urbanos urban workers representations historia trabalhadores -- campo grande, ms representações campo grande, ms -- historia urban-citizen modernization
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5367Documentos Relacionados
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