Morbidade materna grave em UTI obstétrica no Recife, região nordeste do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar as pacientes admitidas na UTI obstétrica do serviço com critérios near miss ou morbidade materna grave. MÉTODOS: Realizou-se análise secundária de um estudo realizado na UTI obstétrica do IMIP, no período de fevereiro de 2003 a fevereiro de 2007, selecionando-se 291 casos com critérios near miss. Analisaram-se causas de admissão, momento da admissão em relação ao parto, idade, paridade, escolaridade, assistência pré-natal, doenças clínicas pré-existentes, idade gestacional na admissão e parto, diagnósticos, complicações e procedimentos durante a estadia e tempo de internamento na UTI. RESULTADOS: As causas mais comuns de admissão foram síndromes hipertensivas (78,4%), hemorragia (25,4%) e infecção (16,5%). A maioria das pacientes foi admitida no puerpério (80,4%) e transferida de outras unidades. A idade variou de 12 a 44 anos e a mediana de paridade foi um. Não havia relato de consultas pré-natais em 9,9% dos casos. A cesárea foi a via de parto em 68,4% das pacientes. Condições clínicas preexistentes estavam presentes em 18,7% das pacientes, 37% necessitaram de hemotransfusões, 10,8% drogas vasoativas, 9,1% ventilação mecânica e 13,4% punção venosa central. Observou-se eclâmpsia em 38,8 % das pacientes, choque hemorrágico em 27,1%, insuficiência renal em 11,7% edema pulmonar em 9,1% e insuficiência respiratória em 6,5%. CONCLUSÃO: Pacientes classificadas como near miss constituem um grupo importante nas admissões em UTI obstétrica. A obtenção de informações acerca desse grupo é fundamental para melhorar o cuidado e prevenir a mortalidade maternal.

ASSUNTO(S)

mortalidade materna morbidade complicações na gravidez

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