Morbidade respiratória em crianças fumantes passivas

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pneumologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-01

RESUMO

Objetivo: Avaliar a prevalência de morbidade respiratória entre crianças expostas ao fumo passivo e determinar os efeitos do fumo ambiental no sistema respiratório inferior e superior dessas crianças, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Casuística e método: Este é um estudo censitário do tipo transversal em 1.104 crianças menores de cinco anos. Dados sobre os sintomas respiratórios e as doenças dessas crianças, o histórico familiar de doenças respiratórias, os hábitos tabagísticos dos membros da casa e as condições habitacionais foram avaliados através de um questionário aplicado junto aos pais. Resultados: Das 1.104 crianças, 558 eram do sexo masculino e 546 do feminino. A morbidade respiratória foi maior entre as crianças expostas ao fumo ambiental do que entre as não expostas (82% vs. 74%). Em relação ao trato respiratório inferior as queixas mais comuns foram sibilância (57,7%; OR = 1,32; IC 95%: 1,04-1,68), dispnéia (43,8%; OR = 1,56; IC 95%: 1,22-1,99), asma, bronquite ou pneumonia (29,4%; OR = 1,31; IC 95%: 1,13-1,88). Quanto ao trato respiratório superior, a queixa mais comum foi de rinite em 38,1% dos casos (OR = 1,46; IC 95%: 1,00-1,71).A análise de regressão logística mostrou que as queixas referentes ao trato respiratório inferior se associaram com tabagismo materno (OR = 2,02; IC 95% 1,12-3,66); tabagismo paterno(OR = 1,99; IC 95%: 1,16-3,40); mofo (OR = 1,55; IC 95%: 1,14-2,13) e antecedentes de doenças respiratórias (OR = 1,72; IC 95%: 1,26-2,35). As doenças do trato respiratório superior associaram-se com antecedentes de doenças respiratórias (OR = 1,44; IC 95%: 1,13-1,85) e tabagismo materno (OR = 1,54; IC 95%: 1,01-2,35). Conclusão: A exposição de crianças ao fumo ambiental é um fator de associação para a morbidade do trato respiratório superior e inferior entre menores de cinco anos.

Documentos Relacionados