Mudança de lugar/lugar de mudança: impasses psíquicos no processo migratório

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este trabalho analisa o fenômeno migratório a partir daquilo que se produziu na experiência clínica realizada em diversas instituições públicas na cidade de Belém (PA). A migração, pensada a princípio como mero dado estatístico pela grande incidência de pacientes provindos de diversos lugares, passou a ser um importante elemento de análise. Da experiência clínica, o que se destacou como dado significativo foi a condição de ameaça que os pacientes apresentavam, e que se manifestava nos cotidianos de vida e se reproduzia na situação de tratamento. A partir da suposição de que haveria uma perda significativa, na passagem de um lugar a outro, foram realizadas algumas análises a partir de textos freudianos e outros autores, tais como André Green, Nicolas Abraham e Maria Torok, Bernard Penot. Esta suposição de uma perda levou a que se considerasse a angústia , o medo da morte, os impasses em relação a determinados lutos como elementos significativos que se interligavam à dimensão da perda. A migração passou a ser pensada como uma situação prototípica de mudança de lugar, não apenas no sentido geográfico, mas como passagem de uma condição psíquica a outra. Nesta transição, estariam implicados deteminados confrontos a partir de influências culturais diversas, que teria como consequência um conflito na esfera dos ideais. A debilidade narcísica que se constituiria, a partir daí, dificultaria o enfrentamento de situações de ameaça

ASSUNTO(S)

migrantes -- aspectos psicologicos perda (psicologia) migração angustia psicologia

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