Musicoterapia na educação musical especial de portadores de atraso do desenvolvimento leve e moderado na rede regular de ensino
AUTOR(ES)
Cybelle Maria Veiga Loureiro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
A história da inclusão da criança com necessidades especiais nos vários segmentos da educação data da segunda metade do século XVIII. Inicialmente foi revista a inadequação dos termos usados para definir o distúrbio do desenvolvimento destas crianças, antes da adoção atual de atraso do desenvolvimento em todo o mundo. Em seguida procuramos identificar as diferentes concepções educacionais atribuídas ao portador de atraso do desenvolvimento. Foram abordadas teorias sobre o desenvolvimento humano predominantes desde o século XVIII até o início do século XX, entre elas, preformacionismo, predeterminismo, ambientalismo e interacionismo. Antecedentes históricos da musicoterapia na educação especial descrevem os primórdios do uso da música no processo de identificação e desenvolvimento educacional desta população. Um breve histórico da Educação Inclusiva no Brasil, contendo uma descrição de aspectos da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, capítulo V, artigos 58 e 59 relevantes para este estudo, detalham as garantias didáticas e os recursos especiais necessários para o atendimento desses alunos. Num segundo momento apresentamos modelos internacionalmente utilizados no diagnóstico e classificação de atraso do desenvolvimento, o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtorno Mental (DSM-IV-R), a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e a Associação Americana em Retardo Mental (AAMR). Esse estudo focalizou particularmente o atraso do desenvolvimento leve e moderado, por ser esta a população comumente encontrada na prática da educação musical na pré-escola e no ensino fundamental, no âmbito do sistema educacional inclusivo. Enfatizamos aspectos neurológicos do desenvolvimento cognitivo e adaptativo que influenciam a aquisição de habilidades musicais dessas crianças. Alguns aspectos do desenvolvimento do sistema nervoso no seu período crítico foram também descritos através de estudos em neuroplasticidade, que enfatizam a necessidade de uma intervenção terapêutica e educacional precoce nesses casos. Foram ilustradas as funções específicas das duas metades do cérebro, a organização do sistema auditivo, o percurso neural do estímulo musical antes de chegar ao córtex auditivo primário, as áreas corticais envolvidas na percepção e aspectos da plasticidade do córtex auditivo em comparações entre músicos e não músicos. Finalmente apresentamos os resultados práticos que este estudo permitiu deduzir. A partir de uma extensa revisão bibliográfica e um mapeamento das teorias desenvolvimentalistas de Piaget e Vygotsky nesta população, foi possível deduzir estratégias e adaptações metodológicas de exercícios para a prática da educação musical dessas crianças. Aplicações práticas destas estratégias foram elucidadas a partir de relatos de casos ilustrativos de inserção da musicoterapia na educação musical especial, analisados à luz do referencial teórico apresentado neste trabalho.
ASSUNTO(S)
musica teses. educação musical. educação especial.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GMMA-7Y4GZJDocumentos Relacionados
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