Núcleo de Telessaúde Sergipe
2023A via subcutânea é utilizada para a administração de soluções que necessitam ser absorvidas mais lentamente, assegurando ação contínua. Essas soluções não devem ser irritantes e devem ser de fácil absorção. O volume máximo a ser administrado por esta via é 1,5 mL e não deve ser aspirado, a não ser no caso específico de aplicação da vacina subcutânea na região dorso glútea. São exemplos de vacinas administradas por essa via: vacina sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela (atenuada)
.
A aspiração em injeções intramusculares é comum. No entanto, ainda que haja uma vasta discussão sobre aspiração de injeções subcutâneas – a fim de garantir que a ponta da agulha esteja localizada no local desejado e não perfure acidentalmente e injete o conteúdo no vaso sanguíneo
. Não há evidências de que este procedimento seja essencial ou verdadeiramente benéfico, especialmente quando relacionada à administração de imunobiológicos/vacinas, pois não há vasos sanguíneos de calibre grande presentes nas áreas recomendadas para a injeção subcutâneas
.
Quanto ao local para a administração da vacina, evitar áreas com cicatrizes, manchas, tatuagens e lesões. As regiões mais comuns são: a face superior externa do braço; a face anterior e externa da coxa; e a face anterior do antebraço. Os materiais indicados para vacinação subcutânea incluem: algodão seco, seringa e agulha apropriadas: seringas de 1 mL e 2 mL; agulha pequena entre 13 mm e 20 mm de comprimento, fina entre 4 dec/mm e 6 dec/mm de calibre e com bisel curto
. O procedimento para a administração inclui
:
· Higienizar as mãos;
· Checar a vacina a ser administrada, bem como o usuário que irá recebê-la;
· Preparar a vacina conforme a sua apresentação e descrição no Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação
;
· Escolher o local apropriado para vacina subcutânea;
· Fazer a limpeza da pele com algodão seco (álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade, demorando a secar, e pelo seu baixo poder antisséptico; em situações excepcionais, quando não houver água e sabão na zona rural e em ambiente hospitalar, utilize o álcool a 70%; quando usar o álcool a 70% para a limpeza da pele, friccione o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, espere mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto, de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento);
· Colocar o usuário em posição confortável e segura, evitando acidentes durante o procedimento. Na vacinação de crianças, solicite ajuda do acompanhante na contenção para evitar movimentos bruscos;
· Pinçar o local da administração com o dedo indicador e o polegar, mantendo a região firme;
· Introduza a agulha com bisel para baixo, com rapidez e firmeza, formando um ângulo de 90º;
· Não aspirar o local;
· Injetar a solução lentamente;
· Retirar a seringa com a agulha em movimento único e firme;
· Fazer leve compressão no local com algodão seco;
· Desprezar a seringa e a agulha utilizadas na caixa coletora de material perfurocortante;
· Higienizar as mãos.
1.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília-DF. [acesso em 20 jan 2022]. 2014:176p. Disponível em:
2.Kroger A, Bahta L, Hunter P. General Best Practice Guidelines for Immunization. Best Practices Guidance of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). Centers for Disease Control and Prevention (CDC). [acesso em 20 jan 2022]. 2021:194p. Disponível em:
3.Sepah Y, Samad L, Altaf A, Halim MS, Rajagopalan N, Khan AJ. Aspiration in injections: should we continue or abandon the practice? . [acesso em 20 jan 2022]. F1000Research 2014;3:157. Disponível em: