Nasce a nação : Roland Corbisier, o nascionalismo e a teoria da cultura brasileira

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

O presente trabalho situa-se na área da filosofia e pretende ser um esclarecimento sobre a questão da teoria da cultura. Não em geral, mas da cultura brasileira, e a partir da contribuição que lhe trouxe um específico autor, Roland Corbisier, fundador e diretor de 1955 a 1961 do ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros. o primeiro capítulo, denominado Introdução, compõe-se de três seções. Na primeira define-se o problema: Roland Corbisier, o nacionalismo e a teoria da cultura brasileira. Na segunda aborda-se a questão do método, que se define como o dialético, na linha do historiocriticismo. E distinguem-se os métodos da pesquisa e da exposição. A terceira seção é de natureza conceitual. Nela se intenta o afloramento e o esclarecimento dos conceitos da modernidade implicados pela questão em estudo, em esp_cial os de história, cultura, nação, estado nacional, conhecimento, interesse e ideologia. O segundo capítulo, intitulado Os marcos históricos, partindo do pressuposto, que esclarece, de que um trabalho crítico sobre um empreendimento cultural não pode prescindir da sua contextualização, intenta estabelecer tais marcos. O período abrangido pelo estudo é de 1940 a 1993. Apresentam-se, como tendências dominantes na formação desse período, a dependência e a industrialização. E estabelecem-se, em homologia com as estruturas sócioeconômicas em que se produzem, os blocos culturais que confluem na modernidade. O terceiro capítulo, Corbisier, nação e cultura, contém o núcleo da tese. Sua primeira seção mostra a inserção de Corbisier no bloco cultural da modernidade pela vertente tradicional. A segunda introduz o conceito de paradigma no trato da evolução cultural. Em seguida, caracteriza os momentos paradigmáticos da obra de Corbisier. O primeiro é o do intelectual tradicional em trânsito para a modernidade: 1940 - 1954. O segundo é o da plena inserção de Corbisier na modernidade, com a ruptura da ideologia do tradicionalismo oligárquico e a elaboração da ideologia isebiana do nacionalismo desenvolvimentista: 1954-1964. Nesta seção apresentam-se, em perspectiva crítica, a elaboração filosófica e teórico-social e a formulação ideológica de Corbisier. Na terceira seção é estudado o terceiro momento paradigmático, quando Corbisier, tendo tido seu mandato de deputado federal cassado pelo golpe de 1964 e seus direitos políticos suspensos, volta-se inteiramente à atividade intelectual e identifica-se com a teoria da práxis. Aí se estuda a síntese hegeliano-marxista de Corbisier e o sentido de sua "prática teórica", que segue nacionalista. O quarto capítulo é urna retomada dos movimentos paradigmáticos e urna reflexão historiocrítica sobre seus momentos. Urna das conclusões aponta para a atualidade do pensamento de Corbisier e para o papel privilegiado que esse autor confere à filosofia. Outra é a de que o nacionalismo, ou um pós-nacionalismo racional, talvez ainda seja um instrumento eficaz de oposição ao pós-colonialismo selvagem

ASSUNTO(S)

ciencia politica - filosofia nacionalismo - brasil

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