Niketche: a dança da recriação do amor poligâmico
AUTOR(ES)
Irineia Lina Cesário
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
A principal questão investigada e comprovada pela leitura de Niketche: uma história de poligamia (2004), da escritora Paulina Chiziane, remete-se às analogias no diálogo plural, no espaço da experiência perceptiva e cultural geradora de imagens libertárias da consciência feminina no contexto poligâmico moçambicano. Na direção da narração intradiegética em primeira pessoa, descreveu-se, neste estudo, a poligamia em estado de linguagem dramática, tendo como suporte conceitos da teoria literária e estudos recentes de pesquisadores da literatura africana, como Coelho (1993), Leite (1988, 2004), Chaves (2005), Soares (2006), Lobo (2007), Noa (1997), Rosário (1989), Santilli (2003). O capítulo I, intitulado O Espelho: reflexo do diálogo entre o amor feminino e masculino centraliza a oralidade e a vocalidade no discurso, a partir de Zumthor (1993, 2000), sob os aspectos da língua e da linguagem moçambicanas, representado no polidiscurso da dança Niketche, apoiada, por Baudrillard (1992), Bettelheim (1980), Bachelard (2002), Genette (1995), Eco (1989), Segolin (1999), Urbano (2000), Bonicci (2000), Todorov (1968), Derrida (2005), Barthes (2006), dentre outros. No capítulo II, Confluências discursivas entre faces/vozes femininas, foram demonstradas as convergências discursivas de personagens femininas e masculinas sob a teoria polifônica de Bakthin (2002), que permitiu prescrever uma imagem da mulher orientada pelo comportamento caricatural e lúdico em performance grupal, fundamentado no matriarcalismo, todavia, afiançada por Casimiro (2004) e Tsemo (1992). No capítulo III, Nas lendas da oralidade ocidental a africanidade, avalizada por Perrone-Moisés (1978, 2000) e por pesquisadores da literatura africana em citação, aborda-se os eus-narradores como resultantes estéticos de uma trama ritualizada e atualizada do passado simbólico. Nas considerações finais, Niketche, dança recriadora, enuncia a transição da língua escrita e da linguagem da oralidade, conferindo-lhes um caráter transformador pela linguagem do corpo, lugar da performance da nova escritura da memória, da tradição ocidental e da mudança testemunhal e biográfica das vozes femininas, em renovado universo textual
ASSUNTO(S)
rito e oralidade identidade feminina feminine identity chiziane, paulina -- 1955- -- niketche : uma historia de poligamia -- critica e interpretacao romance contemporâneo literatura mocambicana mozambican literature poligamia literatura comparada oralidade na literatura rite and orality paulina chiziane polygamy contemporary novel
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6706Documentos Relacionados
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