O bullying a partir de representações sociais de estudantes e da análise de produções científicas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/02/2011

RESUMO

O objetivo geral da presente dissertação foi apreender as representações sociais dos estudantes acerca do bullying no contexto escolar e os conteúdos que emergem na produção científica sobre o bullying. Adotou-se um enfoque psicossociológico, por meio do arcabouço teórico da Psicologia Social, conduzido pela Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici. O estudo compreendeu duas técnicas de pesquisa, uma de campo e outra documental. O lócus da pesquisa de campo foi uma escola pública localizada no município de João Pessoa, na Paraíba. Para a pesquisa documental, foram coletados artigos científicos, a partir de busca na internet, em duas grandes bibliotecas virtuais: o Scielo e a Biblioteca Virtual de Saúde. A palavra-chave utilizada foi: bullying. Na pesquisa de campo, duzentos e sessenta e sete estudantes, com idade média de 16 anos, responderam a uma Escala de Agressão e Vitimização entre Pares e um questionário contendo itens bio-sociodemográficos e de vivências escolares. Em seguida foi composta uma subamostra onde se buscou pelo menos dois participantes para cada nível das variáveis: faixa etária, sexo, cor da pele, satisfação com o corpo e tipo de envolvimento. Participaram desta fase trinta estudantes que responderam a uma entrevista semiestruturada. Os conteúdos da entrevista foram tratados pela Análise Lexical do software Alceste, por meio do procedimento padrão. Este programa computacional também foi utilizado para o processamento dos catorze artigos recolhidos a partir das bibliotecas virtuais investigadas. Os dados coletados com o questionário e a Escala foram analisados por estatísticas descritivas e inferencial (qui-quadrado). Os resultados da entrevista demonstraram que os estudantes representaram socialmente o bullying ancorando-o no preconceito, objetivado em minorias como os gays; na culpabilização da vítima e banalização da violência, objetivada nos signos brincadeira e rir; foi ancorado ainda na ausência de suporte escolar e familiar, objetivado em falta de educação e de providências. Os artigos científicos tiveram predomínio de investigações empíricas pautadas principalmente numa classificação padrão de bullying e destacaram a carência de intervenções no Brasil. Quando analisados em conjunto, as representações sociais dos adolescentes e os temas ressaltados nos artigos científicos observou-se aproximação acerca da carência de providências e intervenções. Por outro lado, os discursos se distanciaram à medida que, no caso dos estudantes, as falas denotavam o bullying associado ao preconceito (perspectiva intergrupal), enquanto que os artigos científicos sinalizaram para análises ligadas às correlações com variáveis sociodemográficas (perspectiva interindividual). Estes resultados foram discutidos à luz da literatura especializada. Procurou-se ainda levantar as limitações potenciais do estudo, apontar a sua aplicabilidade e sugerir os desdobramentos de futuras pesquisas e intervenções.

ASSUNTO(S)

produção científica representações sociais contexto escolar adolescentes bullying psicologia social adolescents bullying the school context social representations scientific production

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