O Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI) nos anos 1990 e a virada neoliberal argentina
AUTOR(ES)
Sauerbronn, Christiane
FONTE
Revista de Sociologia e Política
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-06
RESUMO
Este artigo procura identificar a participação do Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (CARI) na difusão de idéias neoliberais e na condução de algumas mudanças de paradigma que serviram de instrumento para a formulação da política externa Argentina durante o governo de Carlos Saul Menem (1989-1999). Entendemos o CARI como um think tank que interconecta uma rede de tomadores de decisão, acadêmicos e empresários, e contribui para a propagação de novos rumos de política externa. Por meio da política de revolving door de seus membros e da produção de seminários, grupos de estudos e publicações, o Consejo penetra na política externa do país como uma força doméstica dentro da estrutura de formulação da política externa argentina, refletindo também a agenda de política internacional em suas atividades. A idéia é identificar, por meio da análise da atuação do CARI frente aos temas caros de política externa da época e ao relacionamento com atores-chave como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, a participação do Consejo, com o apoio do Governo Menem, nos desdobramentos da política externa argentina durante o período. A mudança do posicionamento político argentino e a nova postura no padrão de votação em fóruns internacionais, nas parcerias bilaterais, no apoio a políticas neoliberais, na defesa dos interesses argentinos no Antártico, associados ao apoio governamental e o papel ativo do CARI entre 1989-1999, denotam que o Consejo esteve atento à conjuntura daquele momento e contribuiu para a difusão e implementação de mudanças na política externa do país.
ASSUNTO(S)
política externa argentina think tank estados unidos grã bretanha carlos menem
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