O currículo integrado em enfermagem: um estudo sobre a Universidade Regional de Blumenau

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa, realizada no âmbito do grupo EDUPESQUISA do Programa de Pós- Graduação em Educação/PPGE da Universidade Regional de Blumenau/FURB, analisa um curso de graduação em Enfermagem elaborado na perspectiva do Currículo Integrado (CI). O CI em Saúde atende aos princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2001 (DCN) em Saúde e Enfermagem, que visam integrar as áreas de conhecimento por meio de uma formação básica interdisciplinar. Na visão pós-crítica do currículo em Enfermagem, o CI se constitui numa proposta de organização curricular que supera a lógica disciplinar centrada nos conteúdos. Nesta perspectiva, as características do CI em Saúde são: interdisciplinaridade, totalidade e relação teoria e prática. Temos como objetivo da pesquisa, compreender as estratégias de implementação do CI do curso de Enfermagem da FURB, que foi iniciado em 2003 e reconhecido em 2007. O CI está estruturado em fases (correspondentes aos semestres), organizadas por um tema central - ou eixo norteador. As áreas de conhecimento (conhecidas por disciplinas) são agregadas em módulos que, para serem integrados e articulados em uma mesma fase e entre as diferentes fases do curso são organizados em Projetos de Fase. O planejamento e a elaboração dos planos de ensino são coletivos e cada fase é acompanhada por um professor chamado integralizador. Esse estudo se justifica pela necessidade de analisar a contribuição do CI para uma formação em Enfermagem capaz de articular os saberes e o exercício profissional segundo um processo de ação-reflexão permanente. Adotamos uma abordagem qualitativa tomando como base empírica documentos do Curso de Enfermagem, além de entrevistas com professores integralizadores e docentes que elaboraram a proposta do CI na FURB. Os resultados mostraram que as principais estratégias para promover a integração das áreas de conhecimento são a Metodologia da Problematização e os Projetos de Fase, além de outras mais pontuais - reuniões de planejamento, avaliação e articulação do cronograma letivo. Os docentes integralizadores manifestaram pouco conhecimento sobre o CI, indicando uma concepção de formação biologicista/flexneriana e tradicional e, de modo geral, uma visão gerencialista sobre o seu papel de integralizadores. Nesse contexto, observamos como obstáculos à efetividade do Currículo Integrado: (i) a quase ausência de experiências e práticas profissionais integrativas por parte dos integralizadores antes do seu ingresso na FURB - ou seja, sua formação e/ou vivência profissional deu-se no modelo assistencial flexneriano; (ii) o pioneirismo, tanto na FURB quanto no país, da implementação de um curso organizado na lógica do CI. Ao final, consideramos a importância da coordenação do curso e dos integralizadores contarem com o apoio de profissionais como da área pedagógica para auxiliá-los a melhor compreender e construir coletivamente o Currículo Integrado no cotidiano das atividades formativas, permitindo que sua concepção e princípios se efetivem na prática/ exercício do ensino de Enfermagem

ASSUNTO(S)

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