O diálogo na clínica de linguagem: considerações sobre transferência e intersubjetividade

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/08/2012

RESUMO

Este trabalho nasceu de um duplo desejo: aprofundar reflexões feitas em minha dissertação de mestrado sobre o diálogo e poder falar sobre um atendimento cujas lembranças retornavam a cada leitura sobre transferência. No que se refere ao diálogo, esta tese recusa qualquer aproximação entre comunicação ou intersubjetividade e diálogo, aqui assumido como pautado numa irremediável dissimetria (não coincidência) entre falantes. O diálogo permite a relação faltosa (não toda) entre diferentes: o outro será sempre o outro nunca haverá comunhão, união ou comunicação entre falantes. Isso não significa, contudo, que inexista diálogo. O diálogo não tampona diferenças nelas se ancora, ao mesmo tempo que as sustenta. Sendo assim, falar em diálogo clínico é tomar partido da indeterminação e da imprevisibilidade. É afirmar que não se sabe o que o paciente vai dizer até que ele diga. Opõe-se à ideia de que, para haver diálogo, seja preciso chegar ao conhecimento comum. No diálogo clínico com pacientes com falas sintomáticas, o que vem como experiência mais forte é uma fratura na ilusão de controle sobre a fala falas sintomáticas, como conta Lier-DeVitto (2011), retiram da sombra a verdade da não-coincidência. Indeterminação e imprevisibilidade de falas remetem, portanto, a uma noção específica de sujeito: não-coincidência consigo próprio nos aproxima da hipótese do inconsciente, do sujeito introduzido por Freud na Psicanálise. Nesta tese, a Psicanálise fará presença. Diálogo, aí, envolve amor ele está em causa na transferência, conceito que será discutido a partir da leitura de três psicanalistas (Freud, Lacan e Pommier) para, em seguida, ser discutido na Clínica de Linguagem. O atendimento de Sr. Eurico, propulsor desse debate, aparecerá no último capítulo para movimentar a discussão sobre transferência na Clínica de Linguagem, conforme teoricamente construída no âmbito do Grupo de Pesquisa CNPq Aquisição, Patologias e Clínica de Linguagem, liderado por Maria Francisca Lier-DeVitto e Lúcia Arantes, no LAEL-PUCSP.

ASSUNTO(S)

linguistica aplicada diálogo transferência clínica de linguagem afasias dialogue transference clinical language aphasia

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