O ensino e a avaliaÃÃo do aprendizado do sistema de notaÃÃo alfabÃtica numa escolarizaÃÃo organizada em ciclos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esse trabalho buscou analisar como estava ocorrendo o ensino e a avaliaÃÃo do aprendizado do Sistema de NotaÃÃo AlfabÃtica num regime ciclado. TÃnhamos como aspectos a serem investigados, durante a pesquisa, os encaminhamentos didÃticos na Ãrea de lÃngua, as formas de avaliaÃÃo, o tratamento dado aos erros dos educandos, as formas de registro, o tratamento da heterogeneidade na sala de aula, dentre outros. Nos apoiamos, sobretudo, na teoria da fabricaÃÃo do cotidiano escolar (CERTEAU, 1985; 1994), no processo de apropriaÃÃo dos saberes da aÃÃo pelos docentes (CHARTIER, 1998), bem como nas contribuiÃÃes da teoria da transposiÃÃo didÃtica (CHEVALLARD, 1991), objetivando apreender um pouco do que estava sendo âfabricadoâ naquele cotidiano escolar; a apropriaÃÃo que o professor estava fazendo frente à reorganizaÃÃo do ensino, bem como as transformaÃÃes ocorridas no eixo do saber (por passarem a priorizar o atendimento à heterogeneidade). Para atingirmos tal finalidade, adotamos, em nossos procedimentos metodolÃgicos, entrevistas de grupos focais com professoras de trÃs escolas dos trÃs anos do ciclo I, na rede municipal de Recife. Tivemos acesso, ainda, aos âdiÃrios de classeâ, a fim de nos apropriarmos de suas formas de registro, logo, das formas de avaliaÃÃo na Ãrea de lÃngua, priorizados a partir da implantaÃÃo da proposta. Os resultados da pesquisa apontaram para uma evidente preocupaÃÃo das mestras com a promoÃÃo automÃtica dos aprendizes, defendida pela rede. Segundo elas, era preciso garantir os conhecimentos necessÃrios ao aluno. Por outro lado, tinham uma evidente dificuldade em explicitar tais conhecimentos, visto que a proposta, à qual tinham acesso, nÃo delimitava por ano-ciclo os conteÃdos a serem abordados, alÃm de que estes eram organizados de maneira âvagaâ, âpouco precisaâ, na concepÃÃo das professoras. Destacaram, ainda, que deveria haver retenÃÃo, caso os alunos nÃo conseguissem âalcanÃar os parÃmetros mÃnimosâ, sobretudo nos terceiros anos. Reconheciam a necessidade de se levar em consideraÃÃo os diferentes ritmos de aprendizagem, jà que âsala homogÃnea se constituiria numa utopiaâ. PorÃm, revelaram dificuldades em lidar com a diversidade, especialmente, quando se tratava de alunos que mantinham um desempenho bem inferior ao âpadrÃoâ por elas considerado. Diante dessa realidade, as professoras estavam fabricando tÃticas que viessem a suprir as lacunas da proposta oficial. Houve casos, por exemplo, de reter o aprendiz por falta, ou da prÃtica de um ârodÃzioâ (deixar o aluno matriculado no diÃrio de acordo com sua idade, mas colocÃ-lo em outra turma, de acordo com o nÃvel de desenvolvimento que tinha). Segundo as professoras, era preciso promover reuniÃes que oportunizassem a discussÃo da proposta, bem como suas formas de operacionalizaÃÃo. Como isso nÃo ocorria, buscavam fabricar tÃticas que viessem suprir as necessidades educativas daquele cotidiano

ASSUNTO(S)

teoria da fabricaÃÃo do cotidiano escolar regime ciclado theory of didactical transposition cycled regime educacao sistema de notaÃÃo alfabÃtica alphabet notation system

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