O espaço como vetor da comunicação:dança e conteporaneidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A hipótese que guia esta dissertação é a de que o espaço se constitui como um agente fundante dos processos de comunicação. Isso significa que o espaço deixa de ser abordado como um dos elementos da comunicação para ser apresentado no papel de força condicionante do tipo de comunicação que ocorre, o seu vetor. Trata-se de um espaço que inclui vários contornos e possibilidades de desdobramentos e, para explorá-las, há que se tecer trânsitos transdisciplinares. As aproximações feitas com tais propostas teóricas pretendem exercitar o olhar múltiplo e descentralizado que os estudos em comunicação pedem para abrigar a discussão sobre o espaço. O espaço entendido como um lugar a ser preenchido com objetos de todas as espécies, inclusive corpos, parece ser a compreensão de espaço que mais se popularizou. Uma espécie de caixa vazia a ser povoada. Todavia, investigações desenvolvidas em distintas áreas do conhecimento como a geografia (Milton e Douglas Santos), a arquitetura (Thom Mayne), as artes-plásticas (os escritos sobre espaço moderno de Alberto Tassinari, os estudos de Giulio Argan sobre o Renascimento e a perspectiva geométrica), a dança (Dulce Aquino), contribuíram para o desenho de um outro entendimento. É o corpo em movimento que cria espacialidade e que privilegia o aspecto da comunicação nos processos de criação. Na dança, por exemplo, o espaço pode ser pensado não como um dos seus elementos, nem tampouco como o lugar onde a dança acontece. Nos meios de comunicação, domina ainda a concepção de espaço renascentista, mas, aqui e ali, já se percebe a presença do tipo de espaço que a dissertação propõe, modificando a natureza da comunicação empreendida. A escolha do espetáculo METAPOLIS, de 2002, do coreógrafo belga Frèdèric Flamand, se justifica porque trata-se de uma obra que exibe a fricção entre estes dois tipos de espaço: enuncia-se como realizando a proposta contemporânea, mas não consegue deixar de tratar o espaço como um dado a priori ou uma das partes que constituem um todo. A presença de Flamand na mídia, expõe e reforça a ambivalência dos dois discursos: o seu e o da própria mídia, no que tange à questão do espaço. Trabalhando em parceria como renomados arquitetos na sua investigação, expõe que a concepção do espaço de via única implica em uma comunicação constituída da mesma forma.

ASSUNTO(S)

espaço frèdèric flamand contemporary dance architecture and dance espacialidade arquitetura e dança contemporaries comunicacao dança contemporânea espaco (arte) frèdèric famand space spacing contemporaneidade

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