O ethos negativo e a arte de a arte da vanguarda : modernismo destrutivo das vanguardas históricas do início do século XX
AUTOR(ES)
Márcio Takeo Sobral Hagihara
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
No tocante à análise sociológica da arte, a fase de transição entre o romantismo e o modernismo permanece obscura. Anteriormente ao modernismo construtivista emergiu o modelo vanguardista de arte, caracterizado pelo profundo teor niilista, antitético e destrutivo. A arte gauche dos realistas e dos impressionistas, bem como, as vanguardas negativas como o expressionismo, o surrealismo e o dadaísmo foram indispensáveis para a consolidação da autonomização do campo artístico por meio da criação de instituições, grupos e, principalmente, de um ethos artístico específico. A lógica da negatividade, resultado da rede de interações sociais e dos vários tipos de afiliações entre a intelligentsia e as elites políticas, abriu caminho para a institucionalização de valores como a originalidade da obra de arte, a liberdade de criação e a expressão subjetiva, a tríade guiadora das ações sociais do artista e do processo criativo dos artistas de vanguarda no início do século XX. A autonomização do campo artístico gravitou em torno de uma ética da convicção baseada na crítica social, denominada ethos negativo. Entretanto, os artistas não se limitaram a repetir uma mera formulação dos intelectuais de esquerda. A negação através da arte implicou especificidades. Uma história social de rechaçamentos e alijamentos alimentou a utopia dos artistas de vanguarda em destruir a esperança positivista e criar sua própria idéia de futuro. A arte modernista precisou arruinar o passado e o futuro para construir sua própria utopia.
ASSUNTO(S)
modernismo destrutivo intelligentsia artística vanguardas negativas autonomização do campo artístico sociologia da arte sociologia
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