O imaginário cristõa seiscentista: uma análise histórico-simbólica da obra O Peregrino de John Bunyan

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/07/2011

RESUMO

A proposta desta pesquisa consiste em investigar o imaginário simbólico-mitológico do protestantismo puritano do século XVII, tomando como base a obra O peregrino de John Bunyan. O estudo foi desenvolvido dentro do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na linha de pesquisa Religião, Cultura e Produção Simbólica, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Antropologia do Imaginário (GEPAI). O objetivo é identificar as raízes míticas e imaginárias do imaginário cristão que estão presentes na referida obra. O contexto histórico da produção da referida obra com todos os seus conflitos religiosos, filosóficos e políticos são descritos. A abordagem oferece elementos para se perceber a dimensão mítico-ideológica do discurso de John Bunyan. Era um ministro do evangelho (pastor), forjado num ambiente de grande tensão, representante da dissidência protestante conhecida por puritana. Usa o recurso da alegoria como suporte para as metáforas. A obra narra a trajetória de Cristão rumo à Cidade Celestial. O elemento simbólico-mitológico está presente em toda a obra. Este trabalho procura aproximar a alegoria da obra e o imaginário cristão protestante. A obra foi publicada originalmente em 1678. O autor esteve na prisão por doze anos, tendo nesta época escrito esta sua obra prima. O enredo da obra mescla-se à interpretação simbólica. A fundamentação teórica adotada para a análise é a Teoria do Imaginário de Gilbert Durand. O imaginário cultural consiste de um sistema dinâmico, organizador de imagens, formado pelo amálgama de fragmentos míticos gerados pela imaginação humana e não se constitui num elemento secundário do pensamento do homem, mas na própria matriz deste pensamento. Como segunda referência teórica está Joseph Campbell, com o seu trabalho sobre A aventura do herói. A proposta é identificar a jornada do peregrino da obra de Bunyan com a tese da concepção do herói mitológico de Campbell. Os mitos são manifestos nos atos simbólicos, cuja função é colocar o homem em relação de significado com o mundo, com o outro e consigo mesmo. Há uma lógica em todo o processo de construção do imaginário mitológico, tanto que a sua fenomenologia pode ser pesquisada e explicada. Metodologicamente, a pesquisa consiste de um estudo descritivo e bibliográfico, associado aos estudos do imaginário segundo Durand, e da aventura do herói segundo Campbell. A experiência descrita por Bunyan ilustra a nossa própria. Na verdade, todos somos peregrinos neste mundo, todos caminhamos na direção do que está ali e além, de um modo ou de outro, seja na pluralidade dos modos de sentir, perceber e crer, seja na singularidade das convicções internalizadas.

ASSUNTO(S)

heróico histórico-ideológico simbólico-mitológico imaginário cristão teologia christian imaginary symbolic-mythological historical-ideological heroic

Documentos Relacionados