O mal estar pode ser educado? : um percurso entre o bem e o sublime

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/06/2010

RESUMO

Este trabalho se propõe a discutir a relação entre a ação educativa e a entrada do sujeito na cultura. Trabalhamos com as orientações freudianas relativas à educação, observando a aproximação destas com suas concepções sobre a civilização. Observamos que essas proposições estabelecem um paradoxo e para abordá-lo percorremos a tensão entre os conceitos de recalcamento e sublimação nos dois tempos do pensamento freudiano, localizando como ponto de virada de sua obra a postulação da pulsão de morte, quando o "mal radical" passa a ser constituinte do ser humano. Destacamos que a perspectiva moral se propõe a recalcar o mal em nome do bem coletivo, mas ergue uma barreira ao sujeito do desejo. Já pela via da sublimação temos a possibilidade de criar algo que diga do sujeito do desejo, a partir dessa destrutividade fundamental, e adentramos ao terreno da ética. Como o projeto civilizatório é sustentado pela dimensão do bem e da moralidade, a entrada do sujeito na cultura gera para ele um mal-estar irredutível, e nesse âmbito se estabelece a ação educativa, o que nos permitirá questionar a concepção pastoral da educação. Por fim, analisaremos algumas intervenções de uma analista dentro da escola, delimitando como centro de sua operação a sustentação de um lugar esvaziado de saber, posição que remete a ação educativa à sua dimensão problemática e não pacificadora.

ASSUNTO(S)

educação psicanálise Ética education psychoanalysis ethics

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