O paradoxo de Moore e a declaração: consequências do choque de acessos de primeira e terceira pessoas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Neste trabalho, defendemos uma proposta de solução alternativa ao Paradoxo de Moore (PM). Para isso, no primeiro capítulo, após apresentarmos o PM em sua caracterização mais geral, estabelecemos um conjunto de condições que julgamos necessário para uma análise do problema. Com essas condições, pretendemos analisar diferentes soluções encontradas na literatura sobre o problema, criticando-as. No segundo capítulo, procuramos rejeitar aquelas que denominamos soluções assercionistas ao PM, mostrando que discutir o problema em cenários que recorrem a teorias de atos de fala é improdutivo. No terceiro capítulo, a crítica recai sobre soluções que identificamos como mentalistas ; procuramos identificar que não são soluções produtivas ao PM, principalmente por necessitarem defender princípios doxásticos e epistêmicos demasiado fortes em suas tentativas de garantir a racionalidade epistêmica. No quarto capítulo, mudamos a rota de investigação. Nossa crítica recai sobre um tipo de solução witgensteiniana ao PM, cuja característica geral é identificar as sentenças Moore-paradoxais como contradições disfarçadas . Procuramos apontar uma lacuna presente neste tipo de análise, o que torna as referidas soluções vulneráveis à crítica. No quinto e último capítulo, defendemos uma proposta de solução a partir de R. Moran, para quem, ao reler certas passagens das Investigações Filosóficas de Wittgenstein, as sentenças Moore-paradoxais revelam um choque de acessos de primeira e terceira pessoas. Defendemos que esse choque de perspectivas faz com que as pessoas, em estado akrático (akrasia epistêmica) comprometam as suas participações racionais em determinados jogos de linguagem. Por fim, com essa leitura em vista, procuramos responder as condições de análise que propusemos no início do trabalho.

ASSUNTO(S)

moore, paradoxo de filosofia crenças

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