O perfil profissional e representações de bem-estar docente e gênero em homens que tiveram carreiras bem-sucedidas no magistério
AUTOR(ES)
Josiane Peres Gonçalves
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo investigar o perfil de homens que tiveram carreiras bemsucedidas no magistério, evidenciando porque conseguiram triunfar numa carreira sexotipificada como feminina e quais as representações de gênero e de bem-estar docente que eles possuem. A ancoragem teórica centrou-se em três eixos: educação e gênero segundo a ótica das representações sociais; bem-estar segundo a perspectiva psicológica e sua relação com a educação; bem-estar docente em países europeus e no Brasil. A pesquisa qualitativa utilizou entrevistas semi-estruturadas individuais com cinco homens professores, entre 38 e 64 anos, que fizeram a opção pelo magistério como principal profissão. Eles atuavam na Educação Básica, Ensino Superior e Cursos de Especialização e tinham carreiras ascendentes consideradas bem-sucedidas na área da educação. Todos eram casados com mulheres que trabalhavam fora, tinham em média dois filhos e formação predominante de mestrado. A análise de conteúdo dos dados resultou em três grandes categorias: 1. O perfil dos homens professores e o motivo por que foram bem-sucedidos no magistério em que foi possível identificar doze características marcantes que contribuíram para o sucesso profissional dos entrevistados: eram pessoas adaptadas ao seu contexto histórico e social; tiveram influências positivas da família de origem; tiveram influências religiosas na formação; constituíram famílias integradas; demonstravam preocupação com questões sociais; tinham paixão pela profissão; tinham identidade profissional própria; investiam em formação; atuavam em um nível compatível com o seu potencial; aceitavam desafios e aproveitavam as oportunidades; conseguiam lidar com as mudanças; tinham visão empreendedora. 2. As representações de educação e gênero sendo analisados alguns aspectos como: dimensões da masculinidade; dom feminino para ser professora; atuação em profissão sexo-tifipificada como feminina; percepção sobre o trabalho de homens com crianças; presença masculina e aumento de homens no magistério. 3. As representações de bem-estar docente que incluiu assuntos como: percepção de mal-estar docente; organização do tempo livre; questão salarial opiniões contraditórias; vivências e representações de bem-estar docente. É possível afirmar que os homens professores que tiveram carreiras bem-sucedidas no magistério tinham formações pessoais, profissionais, familiares e religiosas que contribuíram para o sucesso em sua profissão, tiveram possibilidade de desenvolver diversas habilidades que contribuíram para a promoção do bem-estar docente e para o exercício de um trabalho competente, tornando-os sujeitos ativos de todo esse processo. Eles entendiam que o bem-estar docente é influenciado por fatores sociais, mas que, também, depende da postura do educador; sentiam-se bem ao atuarem em uma área percebida socialmente como feminina; entendiam que é importante aumentar o número de homens no magistério e que, acima de tudo, vale a pena ser professor, mesmo para aqueles que são do gênero masculino.
ASSUNTO(S)
relaÇÕes de gÊnero bem-estar pessoal professores - atuaÇÃo profissional educacao
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2098Documentos Relacionados
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