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O sagrado na adesão ao tratamento: significados atribuídos por pessoas vivendo com HIV/Aids

Costa, Dalva Aparecida Marques da

Apesar dos esforços para controle da Aids nos últimos anos, por meio de métodos preventivos e terapia medicamentosa, a adesão permanece sendo um grande desafio (BRASIL, 2013; ONU, 2010; BRASIL, 2007). Diante do exposto, emergiu a seguinte questão: Qual o significado do sagrado no tratamento para o HIV/Aids e sua relação com a adesão à TARV? O objetivo foi compreender o significado do sagrado, aqui adotado em sentido mais amplo, como aquilo que é de fato importante, atribuído por Pessoas Vivendo com HIV/Aids no processo de adesão ao tratamento. Para compreensão da realidade a ser investigada, foi adotado o método etnográfico, sendo o estudo realizado no contexto de uma ONG de Goiânia que desenvolve grupo de apoio a portadores do HIV/Aids. Participaram do estudo seis pessoas com HIV/Aids. Os dados foram coletados por meio de entrevista, observação participante, imagem fotográfica e diário de campo, em encontros semanais nas oficinas. Esse material foi organizado e posteriormente analisado segundo a técnica de análise de conteúdo modalidade temática. Da análise dos dados, emergiram duas categorias: o significado do sagrado nos mecanismos de controle na adesão ao tratamento e o significado do sagrado nas redes de apoio na adesão ao tratamento. Os resultados nos possibilitaram compreender que a adesão ao tratamento é multifacetada e que as teias de significados construídas pelas PVHA(Pessoas Vivendo com HIV/Aids) remetem à subjetividade do sagrado, ou seja, baseiam-se em suas especificidades e singularidades. Acreditamos que nossos achados possam subsidiar um processo de assistência que contemple os significados de viver com o HIV/Aids, sob as perspectivas das pessoas que vivenciam essa condição. Consideramos este reconhecimento decisivo para uma efetiva adesão ao tratamento por abrir possibilidades de diálogos e negociação com as pessoas e de colaborar no delineamento de políticas públicas para a questão.