O signo da jagunçagem como fator ritualizante: a carnavalização rizomática em Diadorim

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Na tessitura de um discurso, observa-se que elementos diversos são de suma relevância, uma vez que auxiliam no construto de uma personagem. Na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, privilegiou-se a construção da personagem Diadorim, a partir de seu discurso de duplo-gênero, visando trabalhar a carnavalização literária, tema central desta pesquisa. A fundamentação teórica para o estudo ancorou-se no conceito de carnavalização de Bakhtin, que trata das relações ambíguas travadas no espaço do entrudo, relações estas que, em se tratando da personagem, romperam os paradigmas da sociedade jagunça, congregando as diferenças e consagrando a polifonia discursiva. Outros fatores que nortearam o construto de Diadorim abarcam os postulados de rizomas e de dobras, ambos relevantes para a constituição da identidade social e sexual da personagem, por corroborarem o discurso dual que se elevou à multiplicidade, tendo na jagunçagem o fator ritualizante da carnavalização rizomática evidenciada no discurso. O processo metodológico baseou-se, então, na análise de um discurso originalmente ambíguo, em cuja linguagem observou-se que a subversão foi a condição que possibilitou a diluição do gênero, produzindo uma rizomatização, ou seja, uma cartografia em forma de voz polifônica disseminada entre as veredas do Grande Sertão, do qual Diadorim foi fator expoente.

ASSUNTO(S)

análise do discurso semiotic semiótica discourse analyse literatura brasileira literatura brasileira brazilian literature

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