O trabalho conjunto entre docentes: uma possibilidade de mudanças na prática pedagógica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho pretende apresentar a constituição da ação conjunta entre docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos momentos coletivos da coordenação pedagógica, e sua relação com a prática pedagógica. Diante da complexidade do fazer docente como prática coletiva, em que diversos fatores se colocam entre o que se almeja e o que se realiza, utilizou-se a Teoria da Subjetividade. Essa teoria, proposta por González Rey, considera a dinamicidade e indissociabilidade entre o individual e social na produção dos fenômenos humanos. Para tal investigação, os procedimentos metodológicos adotados assumiram os pressupostos da Epistemologia Qualitativa, elaborada por González Rey. A pesquisa realizou-se em uma escola pública do Distrito Federal, com nove profissionais, incluindo docentes, coordenadores e gestores. No processo de construção das informações, realizaram-se observações do cotidiano escolar, acompanhamento das atividades desenvolvidas na coordenação pedagógica, entrevistas individuais, questionário e análise documental, evidenciando-se a multiplicidade de aspectos que se interpõem na ação conjunta dos docentes. Alguns elementos da subjetividade social da escola apareceram conformando a realização do trabalho conjunto: o conflito de poder, a vivência de relações interpessoais distanciadas e ríspidas, além da reduzida abertura ao diálogo na busca de soluções e tomada de decisões. Assim sendo, embora houvesse demanda no espaço escolar para a realização do trabalho conjunto, as ações, relações e interações diárias pouco favoreciam tal prática. Por conseguinte, o fazer conjunto entre o grupo se traduzia em interações formais. A vivência de relações interpessoais positivas entre o grupo, pela eminência de um apoio e maior congregação em seu fazer, fez emergir sentimentos como ânimo, segurança, confiança e valorização, revelando a indissociabilidade entre cognição-afeto, individual-social. Nesse contexto, torna-se imprescindível a função do coordenador pedagógico, cujo papel se mostrou pouco constituído, demonstrando ausência de clareza quanto as suas reais atribuições. Por conseguinte, considera-se a formação desse profissional para uma atuação efetiva junto à coletividade docente. Para isso visualiza-se a necessidade de ser valorizado, nessa formação e também na dos docentes, o desenvolvimento de recursos subjetivos e habilidades relacionais tendo em vista que toda ação educativa se configura como um processo intersubjetivo.

ASSUNTO(S)

joint work prática pedagógica pedagogical practice subjetividade trabalho conjunto relações sociais relações interpessoais educacao subjectivity social relations interpersonal relationships

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